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2 de set. de 2025

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Inovação na Construção: Insights do CEO da Construct IN à Revista Amanhã

Inovação na Construção: Insights do CEO da Construct IN à Revista Amanhã

Após vencer o prêmio Campeãs da Inovação, o CEO da Construct IN analisa o futuro da gestão de obras em matéria para a Revista Amanhã. Confira os insights.

Após vencer o prêmio Campeãs da Inovação, o CEO da Construct IN analisa o futuro da gestão de obras em matéria para a Revista Amanhã. Confira os insights.

Matheus Pandolfo

Jefe de Marketing

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COMPARTE EN LAS REDES

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No momento em que a corrida tecnológica global alcançava a construção civil, o Brasil e a América Latina ainda não haviam dado a largada. A razão era clara: os players internacionais não nos viam como um mercado prioritário. Essa lacuna tornou-se o combustível para a criação da Construct IN, em 2019.

Essa trajetória recebeu um importante reconhecimento neste ano: a vitória no 21º Prêmio Campeãs da Inovação 2025, do Grupo Amanhã, na categoria MPEs e Startups. Em entrevista exclusiva para a Revista Amanhã, Tales Silva, CEO da empresa, compartilha os bastidores dessa jornada e sua visão sobre o futuro da construção civil brasileira.

A edição especial do prêmio, com o tema “A inovação é tech”, propôs um debate sobre a inteligência artificial como estratégia, apresentou dados e reflexões sobre o uso da tecnologia nas empresas do Sul e trouxe cases relevantes sobre o mercado global, dentre outros temas de interesse para gestores de negócios no Brasil.

A seguir, apresentamos um panorama da entrevista em que nosso CEO, Tales Silva, compartilha com a jornalista Júlia Provenzi os bastidores da nossa história e sua visão de futuro para o setor, além do nosso ponto de vista sobre os principais destaques da revista.

O futuro da construção civil é digital e integrado: a visão de Tales Silva

Engenheiro civil formado pela PUC-RS com MBA Executivo pela ESPM-Sul, Tales Silva é inconformado com o descompasso entre o avanço tecnológico e os processos praticados nos canteiros de obra. Desde 2013, ele dedica sua carreira a transformar a construção civil e sua experiência em projetos estruturais e construções industrializadas apenas aumentou sua inquietação com a ineficiência do setor.

A jornada que o levaria a se tornar fundador e CEO da Construct IN teve como marco inicial uma imersão no Vale do Silício, em 2018. Nessa experiência, ele encontrou inspiração para criar a empresa que hoje representa a ponte entre a tradição da construção e a mentalidade disruptiva da tecnologia.

“Quando o engenheiro civil Tales Silva visitou o Vale do Silício, berço da inovação mundial, percebeu a distância entre as tecnologias aplicadas à construção civil global e a realidade brasileira. Enquanto o mundo avançava em soluções tecnológicas, o Brasil ainda patinava em métodos tradicionais. Essa lacuna inspirou a criação da Construct IN em 2019, startup que une construção civil e tecnologia com soluções disruptivas para o mercado brasileiro.” - Júlia Provenzi.

Este parágrafo abre a matéria de Júlia Provenzi elaborada com base na entrevista feita com o CEO da Construct IN para a Revista AMANHÃ. Na conversa, Tales Silva destaca o ponto central da revolução que sua empresa propõe: a transparência.

“Eu acabo resolvendo a dor de transparência, por um lado, levando as informações para que todo mundo esteja na mesma página e, quando centralizo a informação, torno a decisão mais rápida e assertiva sobre os problemas e discussões que estão sendo enfrentados na obra”, observa Tales sobre a solução de captura da realidade oferecida pela Construct IN.

A abordagem da SaaS é um exemplo de como a tecnologia, orientada à usabilidade e à simplicidade, pode superar a resistência cultural e se tornar um vetor de mudança. Em consonância com a inquietação do CEO, a solução da empresa está sempre em evolução, com melhorias e atualizações constantes. Um dos projetos desenvolvidos no setor de pesquisas para aprimorar o Visi by Construct IN — software de captura da realidade — foi baseado em registro por vídeo e conquistou o prêmio Campeãs da Inovação.

“Sua tecnologia permite registrar pontos de inspeção com um simples vídeo: o usuário grava em 360° e marca os locais com um clique, sem necessidade de fotos manuais. [...] Por trás de uma premissa simples como essa, estão benefícios como a redução de 60% no tempo de registro em campo, a centralização automática de dados e a transparência no acompanhamento de projetos.” - Júlia Provenzi.

Atualmente, o Visi opera a partir de imagens em 360°, permitindo a inserção de apontamentos, checklists e a integração com ERP, BIM e outras ferramentas. O objetivo é centralizar ações, fornecer um histórico completo da evolução das obras e garantir dados seguros, resolvendo problemas recorrentes do setor. Tal ponto é reforçada por Tales Silva na entrevista:

“À medida que você consegue documentar melhor a obra, você tem mais informações e mais subsídios para discutir aditivos contratuais, que são questões bastante rotineiras dentro das construtoras e contratantes no setor.”

Embora reconheça que ainda exista resistência às adaptações tecnológicas, a visão de Tales é otimista — e os números justificam. Com um portfólio diversificado, que inclui clientes como Petz, OXXO, Cyrela e Banco do Brasil, a Construct IN vem registrando um crescimento anual de 100%, reflexo da crescente demanda por soluções digitais.

“As empresas de tecnologia da construção civil estão ficando mais robustas. Ou seja, está havendo maior aderência do mercado a soluções tecnológicas. Eu acho que é um caminho sem volta”, afirma Tales.

Para que você possa se inteirar um pouco do cenário da construção civil em relação às inovações tecnológicas, trouxemos uma breve contextualização dos problemas visualizados por nossa liderança e a solução proposta pela vencedora do Campeãs da Inovação.

O Diagnóstico de um Setor: Resistência à Mudança na Construção Civil

Para entender a relevância da inovação que nasce no Sul, é preciso olhar de frente para a condição crônica que aflige a construção civil no mundo inteiro: uma persistente crise de produtividade.

Um estudo da consultoria McKinsey mostrou que, entre 2000 e 2022, a produtividade global da construção civil melhorou apenas 10% no acumulado, o que se traduz em uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) anêmica de aproximadamente 0,4%. Durante o mesmo período de 22 anos, a produtividade da economia global como um todo avançou 50% (uma CAGR de 2%), enquanto o setor de manufatura — frequentemente citado como um modelo de eficiência industrial — viu sua produtividade aumentar em impressionantes 90% (uma CAGR de 3%).

No Brasil, o cenário é ainda mais preocupante. Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que, em 2013, a produtividade do trabalhador da construção civil brasileira era 80% inferior à de um norte-americano — um número semelhante ao observado em 2003, revelando que, mesmo em anos de crescimento econômico, não houve convergência (FGV, 2013). Essa lacuna de produtividade está intrinsecamente ligada à remuneração. Um estudo da FIESP destacou que os trabalhadores da construção no Brasil recebiam a menor renda bruta anual (US$ 11.300) entre os países analisados. 

Essa disparidade se reflete também no valor agregado: segundo estudo da FIESP, cada trabalhador da construção no Brasil gerou US$ 18,9 mil por ano, enquanto a média da OCDE é de US$ 57,8 mil (FIESP/IBGE/OCDE, 2013). Isso sugere uma correlação direta e um ciclo vicioso: a baixa produtividade limita a capacidade das empresas de pagar salários mais altos, e os salários baixos, por sua vez, dificultam a atração e retenção de profissionais qualificados, o que perpetua a baixa produtividade.

A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) complementa esse diagnóstico, apontando obstáculos persistentes: elevação dos custos com capital humano e insumos, gargalos regulatórios e a necessidade de um ambiente de negócios mais previsível para atrair investimentos de longo prazo (CBIC, 2024).

Diante desse quadro, não surpreende que tecnologias de gestão digital ainda enfrentem resistência cultural profunda. Uma pesquisa feita pela própria Construct IN, junto a construtoras com mais de 100 funcionários, mostrou que 57% da resistência às novas ferramentas vêm da alta gestão — receosa com riscos financeiros — e 39% parte das equipes operacionais, que veem as mudanças como uma ameaça a fluxos de trabalho estabelecidos ou ao próprio emprego.

Em paralelo, apenas 14% das construtoras brasileiras com mais de 100 funcionários já utilizam captura da realidade, contra mais de 50% de adoção nos EUA e Europa (Construct IN, 2024; Liga Ventures, 2024). É neste cenário desafiador que surgem oportunidades para startups capazes de "quebrar o ciclo", como a Construct IN.

A Resposta: Captura da Realidade como Vetor de Transparência e Eficiência

A resposta da Construct IN para a crise de produtividade e a insuficiência de digitalização foi apostar na Captura da Realidade. O nome pode soar técnico, mas, na prática, trata-se de uma mudança de paradigma na forma como as obras são documentadas e gerenciadas.

A partir de fotos e vídeos 360º — processados com inteligência artificial — cria-se um gêmeo digital navegável da obra, acessível de qualquer lugar. Como destacou a jornalista Júlia Provenzi em reportagem para a Revista Amanhã, resumindo a fala de Tales Silva:

“Do investidor ao projetista, do planejador ao executor, todos têm a mesma visão da obra” (Revista Amanhã, edição 350, 2025).

O efeito prático de centralizar as informações por meio do registro visual é a criação de uma fonte única da verdade, que elimina ambiguidades e acelera decisões. Os impactos disso para um setor historicamente fragmentado entre e-mails, relatórios isolados e grupos de WhatsApp já são mensuráveis:

  • Eficiência Operacional – redução de até 80% do tempo de registro em campo e 50% nos custos com viagens e deslocamentos para reuniões presenciais em canteiros (Construct IN, 2024).

  • Mitigação de Riscos – diminuição de até 95% de retrabalho e problemas pós-obra, resultado de comparações contínuas entre o gêmeo digital e o planejamento em BIM (Construct IN, 2024).

  • Decisões Assertivas – uso de IA embarcada para tarefas que vão desde o cálculo de medidas diretamente nas imagens até a detecção de situações de segurança, como trabalhadores sem capacete.

Esses ganhos explicam por que, segundo a própria empresa, 65% dos clientes mudaram a forma de gerir suas obras após a implementação da plataforma. Nas palavras de Gabriela Pierozan, especialista em BIM da Engeform:

“A plataforma colaborou muito para otimizar o tempo das nossas tarefas internas, no acompanhamento da evolução da obra, medições e relatórios” (Construct IN, 2024).

O reconhecimento da Construct IN, validado pelo impacto gerado em seus clientes, insere a startup em um cenário de inovação muito mais amplo, que foi o foco da 350ª edição da Revista AMANHÃ. A publicação não apenas celebra os vencedores do prêmio, mas também mapeia as tendências que estão redefinindo o mercado, mostrando como a tecnologia e a Inteligência Artificial se tornaram o eixo estratégico para soluções transformadoras em diversos setores.

Panorama da Edição Nº 350 da Revista AMANHÃ: A visão da Construct IN

A 350ª edição da Revista AMANHÃ evidencia um cenário dinâmico, onde a tecnologia — em especial a Inteligência Artificial — emerge como eixo estratégico para soluções transformadoras. O prêmio Campeãs da Inovação 2025 coroou a Klabin (PR) como líder geral, seguida pela Whirlpool (SC) e pela Prati-Donaduzzi (PR).

Entre os cases de maior impacto, estão o Smart POS da Positivo Tecnologia, que transformou maquininhas de pagamento em plataformas inteligentes; a toalha rastreável da Döhler, baseada em blockchain; e a plataforma omnichannel da Fruki, que digitalizou toda a jornada de compra de clientes. As categorias especiais também trouxeram soluções emblemáticas:

  • Lar (PR): inspeção de aves com IA e visão computacional.

  • Unisinos (RS): modelo de Sala de Aula Expandida, híbrida e altamente conectada.

  • CREA-RS (RS): pioneirismo na assinatura eletrônica GOV.BR.

  • Sanepar (PR): política de transformação do lodo de esgoto em superprodutos sustentáveis, reconhecida pela ONU.

  • Construct IN (RS): referência entre startups com sua solução de captura de realidade em 360°, capaz de reduzir em até 60% o tempo de registro em obras.

  • Tecnosinos (RS): inovação na captação de recursos especializados, fortalecendo o ecossistema tecnológico do Vale do Sinos.

Esses exemplos revelam um denominador comum: inovação aplicada a problemas concretos, capaz de influenciar setores inteiros.

Tecnologia e IA: A Fronteira da Inovação no Mercado Brasileiro

Somando 39 anos de tradição, a Revista AMANHÃ consolida-se como uma das principais publicações de gestão e negócios do Sul do Brasil. Liderado pelo publisher Jorge Polydoro, o Grupo AMANHÃ segue seu pioneirismo na análise de inovação através do ranking Campeãs da Inovação, que em sua 21ª edição bateu um recorde histórico, com aproximadamente 300 acessos ao questionário de avaliação. A credibilidade técnica da publicação é reforçada por parcerias estratégicas com o IXL-Center de Cambridge (EUA) e pela aplicação da metodologia do Global Innovation Management Institute (GIMI).

A edição posiciona a Inteligência Artificial não apenas como uma tendência, mas como um catalisador fundamental da inovação empresarial no Sul do Brasil. A publicação demonstra maturidade ao abordar tanto as oportunidades quanto os riscos da IA, como evidenciado na análise de Hitendra Patel, CEO do IXL Center, sobre as "quatro maiores ameaças" da tecnologia — desde questões existenciais até cibersegurança.

O diferencial da revista está na contextualização prática da tecnologia através de cases reais. Exemplos como o Smart POS da Positivo Tecnologia, que integra Android em máquinas de pagamento ou a visão computacional da Cooperativa Lar para inspeção de aves  ilustram essa abordagem. Alexandre Chang, diretor do IXL-Center, sintetiza essa visão ao afirmar que "a tecnologia é chave para a inovação, mas deve ser combinada com uma aplicação para captura de valor", mostrando o foco da revista em resultados tangíveis e sustentáveis.

Campeãs da Inovação 2025: A Inteligência Artificial como Ferramenta Estratégica

A 21ª edição da pesquisa Campeãs da Inovação revela que “as empresas do Sul têm utilizado a tecnologia, especialmente a Inteligência Artificial, como ferramenta para oferecer soluções transformadoras”. A popularização da IA, tanto no âmbito profissional quanto pessoal, "tem mostrado mesmo aos mais céticos e conservadores que ela é uma realidade e vem evoluindo exponencialmente, com mais e diferentes aplicações e o valor gerado é inquestionável", segundo Fernando Onosaki, diretor do IXL-Center. Onosaki descreve a progressão da tecnologia de preditiva e generativa para agentes de IA, apontando a Edge AI como a próxima onda, que descentralizará o processamento para os próprios dispositivos.

Contudo, Chang pondera que a "tecnologia é chave para a inovação, mas deve ser combinada com uma aplicação para captura de valor", alertando para os riscos do seu uso indevido. Em linha com essa visão, o estudo aponta um desafio crítico e global: embora as empresas demonstrem alto alinhamento entre suas estratégias de inovação e os objetivos corporativos, ainda "possuem grandes dificuldades em gerar ou mesmo medir os resultados das suas iniciativas".

O Peso dos Resultados e o Cenário de Investimentos

A dimensão "Resultados" é a de maior peso na avaliação das Campeãs da Inovação, pois mede a capacidade de transformar ideias em resultados concretos e mensuráveis. O cenário de investimentos mostra um crescimento positivo, com os orçamentos para inovação aumentando, em média, mais de 15% em 2024. No entanto, a pesquisa também revela o impacto de adversidades regionais: as enchentes no Rio Grande do Sul inibiram aportes na área, resultando em um orçamento 10% menor para as empresas gaúchas em comparação com as de Santa Catarina e Paraná.

É exatamente nesta intersecção – entre o potencial da tecnologia e a necessidade de resultados práticos – que a nossa missão ganha força. A resposta para a crise de produtividade do setor não está apenas na tecnologia em si, mas na sua aplicação inteligente para gerar transparência e eficiência. Acima de tudo, a inovação mais duradoura e impactante é aquela que nasce e se desenvolve dentro de um ecossistema forte e colaborativo.

Future Foresight: Navegando Incertezas Estrategicamente

Na revista, António Alvarenga, Head do GIMI em Portugal, destaca o Future Foresight como ferramenta essencial para inovar em um cenário de alta volatilidade. A disciplina foca em "compreender os sinais do futuro, as transformações em curso e de construir cenários", permitindo a identificação de tendências a partir de "sinais fracos" para tomar melhores decisões hoje.

Diferente da previsão tradicional, o Future Foresight "coloca as incertezas na mesa: um mundo com pandemia, com IA, com os conflitos, com Donald Trump..." , tornando-se uma ferramenta "particularmente útil para tempos de crise". Sua análise é feita "de fora para dentro", com foco no mercado, regulação e concorrência. Alvarenga vê a IA tanto como uma "variável que muda as regras do jogo" quanto um "colega de trabalho" que acelera o processo, embora as decisões-chave permaneçam humanas.

Para o Brasil, Alvarenga enxerga um "campo enorme" para a aplicação do Foresight, citando que grandes empresas como Embraer e Petrobras já possuem profissionais com esse conhecimento. Ele enfatiza também que a inovação não se resume a produtos, mas abrange "processos internos, de gestão", que, por serem mais difíceis de copiar, geram vantagens competitivas duradouras.

Analfabetismo Funcional e Competitividade Industrial no Brasil

A análise da Revista AMANHÃ sobre o gap educacional brasileiro deveria ser lida pelo setor produtivo como um alerta estratégico: inovação tecnológica só gera competitividade quando as pessoas conseguem utilizá-la de forma plena. Segundo a matéria, 29% dos brasileiros ainda se encontram em condição de analfabetismo funcional — incluindo 17% de quem concluiu o ensino médio e até 12% de universitários. Esse quadro afeta diretamente a indústria: menos produtividade, mais erros, baixa autonomia na resolução de problemas e dificuldade de adaptação a processos inovadores.

Embora o ensino técnico seja apontado como um “antídoto”, em nosso ponto de vista, a solução não deve se restringir ao sistema educacional formal. A transformação digital em setores tradicionais, como a construção civil, exige corresponsabilidade: políticas públicas, empresas e profissionais precisam agir de forma integrada.

Para as empresas, assumir o protagonismo significa estruturar programas contínuos de capacitação interna, conectados às tecnologias já implementadas no dia a dia dos canteiros de obra e do chão de fábrica. Essa prática vai além de preencher lacunas deixadas pelo sistema educacional: é uma estratégia de negócio. Afinal, a inovação só se converte em resultados quando o trabalhador tem fluência digital, confiança no uso das ferramentas e entendimento crítico das aplicações.

Por outro lado, os profissionais também precisam se engajar em sua própria jornada de aprendizado. Autodesenvolvimento, participação em cursos livres, atualização em ferramentas digitais e busca por certificações aumentam a empregabilidade e reduzem a dependência exclusiva de treinamentos corporativos.

Em síntese: a tecnologia é potência, mas a qualificação é motor. Só quando empresas e profissionais compartilham essa responsabilidade a inovação deixa de ser promessa e passa a gerar produtividade real, qualidade de execução e vantagem competitiva sustentável para o Brasil.

Ecossistema de Inovação: Da Educação ao Mercado de Trabalho

A 21ª edição do ranking Campeãs da Inovação, da Revista Amanhã, trouxe um reconhecimento que vai além da nossa própria conquista: ela validou a força do ecossistema que nos formou. A premiação simultânea da Construct IN, do Tecnosinos (1º lugar em Parques Tecnológicos) e da Unisinos (1º lugar em Ensino & Pesquisa) não é uma coincidência. É a prova de que a inovação de ponta floresce na colaboração.

Nossa vitória é o resultado direto de termos nascido e crescido nesse ambiente de alta performance. Como lembra nosso CEO, Tales Silva, foi no Tecnosinos, nossa primeira casa e incubadora, que a Construct IN deu seus "primeiros passos" e encontrou o "apoio para provar que a nossa visão fazia sentido". Essa vitória tripla demonstra, na prática, o sucesso do modelo "hélice tríplice", onde a sinergia entre academia, setor privado e governo transforma ideias em negócios de impacto.

Tecnosinos: Onde a Inovação Encontra o Mercado

Premiado como líder na estreia da categoria Parques Tecnológicos, o Tecnosinos é um ecossistema vibrante que personifica o poder da conexão. Gerido pela Unisinos em um modelo de governança de hélice tríplice, o parque é um catalisador para o desenvolvimento de empresas de tecnologia.

Em entrevista à Revista Amanhã, o gestor executivo do Tecnosinos, Sílvio Bitencourt da Silva, destacou essa vocação: "É comprovado, não só no Brasil, mas em todo o mundo, que arranjos como os parques científicos e tecnológicos fazem a diferença no desenvolvimento das regiões, porque eles conseguem estímulo ao empreendedorismo e à inovação".

Números que impressionam:

  • 140 empresas instaladas, de startups a gigantes globais como a SAP.

  • 8 mil trabalhadores gerando conhecimento e riqueza.

  • Governança compartilhada entre empresas, academia (Unisinos) e poder público.

  • Reconhecimento internacional pela União Europeia como hub de inovação digital.

Um dos diferenciais do Tecnosinos, destacado na reportagem, é seu serviço especializado de captação de recursos. Ao invés de apenas divulgar editais, uma equipe dedicada oferece suporte estratégico completo, transformando oportunidades de fomento em realidade. "Essas bolsas para desenvolvimento de projetos fizeram com que as empresas pudessem aumentar o número de profissionais atuando em áreas específicas e essenciais", explicou Lariani Brito Schwarzbach, responsável pela iniciativa.

Unisinos: A Vanguarda na Formação de Talentos para o Futuro

Um ecossistema de ponta precisa de talentos à altura. É aqui que a Unisinos, vencedora da categoria Ensino & Pesquisa, desempenha seu papel vital. O projeto premiado, "Sala de Aula Expandida", rompe as barreiras tradicionais da educação, integrando ambientes virtuais, comunidades e o próprio Tecnosinos em uma experiência de aprendizado contínua. "O conhecimento não se confina às quatro paredes de uma sala de aula", afirmou Micael Behs, gerente de graduação, à revista.

O modelo híbrido da universidade equilibra encontros presenciais com o melhor da tecnologia, mantém parcerias com mais de 170 instituições globais e já mostra resultados expressivos: a taxa de evasão reduziu 45% nos últimos dez anos.

A sinergia é evidente nos números: 60% dos profissionais que atuam no Tecnosinos são egressos da Unisinos. Este ciclo virtuoso garante que a formação acadêmica de excelência alimente diretamente a demanda do mercado por talentos preparados para os desafios da nova economia.

Hélice Tríplice: Um Modelo de Sucesso para o Brasil

A tríade de conquistas da Construct IN, Tecnosinos e Unisinos valida uma tese poderosa: a inovação avançada, capaz de resolver grandes desafios, floresce com mais força quando nutrida por um ecossistema integrado. Como a reportagem da Revista Amanhã tão bem capturou em um comentário de Júlia Provenzi, a verdadeira lição deste caso é que a inovação nasce da conexão:

"A alavanca mais poderosa para transformar ideias em realidade muitas vezes não é uma plataforma tecnológica, mas a combinação certa de visão estratégica, expertise multidisciplinar e a compreensão de que inovar é, antes de tudo, conectar capacidades".

O sucesso deste modelo, que une academia, incubadora e startup, valida uma poderosa fórmula para gerar inovação. Isso nos leva a uma pergunta inevitável: o que acontece depois que essa inovação sobrevive ao seu estágio experimental? O que assegura que ela ganhe tração, alcance a escala necessária e se converta em um progresso real para a indústria, em vez de se tornar apenas uma promessa?

Depois da Incubadora: a Quem Cabe Liderar a Inovação na Construção Civil?

Quando a inércia domina um mercado, o progresso se move a passos lentos. Na construção civil, essa estagnação se traduz em uma crônica crise de produtividade. Se ecossistemas de inovação já produzem soluções viáveis e, ainda assim, o abismo entre o que se constrói e o que se poderia construir aumenta, a reflexão que fica é: de quem é a responsabilidade por mudar esse cenário?

A resposta aponta para uma verdade fundamental: a inovação, em sua essência, não é apenas tecnológica, mas sim uma decisão estratégica. Após o impulso inicial dos ambientes de pesquisa e desenvolvimento, o verdadeiro motor da mudança está nas mesas de decisão das grandes empresas do setor.

O desafio para que a inovação alcance a escala e o impacto prometidos é duplo. De um lado, envolve romper com a principal barreira ao avanço: a resistência à mudança dentro das próprias empresas. A percepção de que inovar é sinônimo de alto custo, complexidade e risco é um legado ultrapassado, invalidado pelos modernos modelos de negócio que transformam investimentos paralisantes (CAPEX) em despesas operacionais flexíveis e mensuráveis (OPEX).

Por outro lado, superar a resistência é apenas metade da jornada. O segundo desafio está no engajamento real com a mudança, que exige uma implementação criteriosa. Para um líder da construção, a questão não é mais se a tecnologia pode economizar tempo e dinheiro, mas sim: como implementar inovações tecnológicas com mais eficiência na empresa?

A escolha errada pode ser tão prejudicial quanto a decisão de não fazer nada, desperdiçando recursos e aprofundando a desconfiança. A verdadeira transformação não está em adotar qualquer ferramenta, mas em dominar aquela que resolve o problema central do negócio e se integra de forma inteligente aos processos já existentes.

O papel do Grupo Amanhã ultrapassa a fronteira do Sul do Brasil

Mais do que um prêmio, o Campeãs da Inovação, promovido pelo Grupo AMANHÃ, tornou-se um laboratório de futuro para o ecossistema empresarial. Ao conceder um palco estratégico às companhias que redefinem seus setores, a iniciativa desempenha um papel fundamental na aceleração da inovação e na difusão de boas práticas, fomentando debates com impacto em todo o Brasil.

A força do ranking está em sua metodologia, que aplica o Innovation Management Index para garantir rigor e comparabilidade internacional. São avaliadas seis dimensões críticas da gestão da inovação — Estratégia, Recursos, Processos, Organização, Cultura e Resultados —, sendo a última determinante para separar iniciativas conceituais daquelas que se traduzem em valor concreto.

Essa curadoria de excelência é o cenário perfeito para o debate sobre o futuro da construção civil. Na edição especial da Revista AMANHÃ, você encontrará não apenas os cases que posicionam o Sul no radar da inovação, mas também a matéria especial sobre a Construct IN, com insights exclusivos do nosso CEO, Tales Silva, detalhando como a visão da empresa está ajudando a reescrever os padrões de produtividade do setor.

Mergulhe nas discussões que estão moldando o futuro dos negócios no Brasil.

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No momento em que a corrida tecnológica global alcançava a construção civil, o Brasil e a América Latina ainda não haviam dado a largada. A razão era clara: os players internacionais não nos viam como um mercado prioritário. Essa lacuna tornou-se o combustível para a criação da Construct IN, em 2019.

Essa trajetória recebeu um importante reconhecimento neste ano: a vitória no 21º Prêmio Campeãs da Inovação 2025, do Grupo Amanhã, na categoria MPEs e Startups. Em entrevista exclusiva para a Revista Amanhã, Tales Silva, CEO da empresa, compartilha os bastidores dessa jornada e sua visão sobre o futuro da construção civil brasileira.

A edição especial do prêmio, com o tema “A inovação é tech”, propôs um debate sobre a inteligência artificial como estratégia, apresentou dados e reflexões sobre o uso da tecnologia nas empresas do Sul e trouxe cases relevantes sobre o mercado global, dentre outros temas de interesse para gestores de negócios no Brasil.

A seguir, apresentamos um panorama da entrevista em que nosso CEO, Tales Silva, compartilha com a jornalista Júlia Provenzi os bastidores da nossa história e sua visão de futuro para o setor, além do nosso ponto de vista sobre os principais destaques da revista.

O futuro da construção civil é digital e integrado: a visão de Tales Silva

Engenheiro civil formado pela PUC-RS com MBA Executivo pela ESPM-Sul, Tales Silva é inconformado com o descompasso entre o avanço tecnológico e os processos praticados nos canteiros de obra. Desde 2013, ele dedica sua carreira a transformar a construção civil e sua experiência em projetos estruturais e construções industrializadas apenas aumentou sua inquietação com a ineficiência do setor.

A jornada que o levaria a se tornar fundador e CEO da Construct IN teve como marco inicial uma imersão no Vale do Silício, em 2018. Nessa experiência, ele encontrou inspiração para criar a empresa que hoje representa a ponte entre a tradição da construção e a mentalidade disruptiva da tecnologia.

“Quando o engenheiro civil Tales Silva visitou o Vale do Silício, berço da inovação mundial, percebeu a distância entre as tecnologias aplicadas à construção civil global e a realidade brasileira. Enquanto o mundo avançava em soluções tecnológicas, o Brasil ainda patinava em métodos tradicionais. Essa lacuna inspirou a criação da Construct IN em 2019, startup que une construção civil e tecnologia com soluções disruptivas para o mercado brasileiro.” - Júlia Provenzi.

Este parágrafo abre a matéria de Júlia Provenzi elaborada com base na entrevista feita com o CEO da Construct IN para a Revista AMANHÃ. Na conversa, Tales Silva destaca o ponto central da revolução que sua empresa propõe: a transparência.

“Eu acabo resolvendo a dor de transparência, por um lado, levando as informações para que todo mundo esteja na mesma página e, quando centralizo a informação, torno a decisão mais rápida e assertiva sobre os problemas e discussões que estão sendo enfrentados na obra”, observa Tales sobre a solução de captura da realidade oferecida pela Construct IN.

A abordagem da SaaS é um exemplo de como a tecnologia, orientada à usabilidade e à simplicidade, pode superar a resistência cultural e se tornar um vetor de mudança. Em consonância com a inquietação do CEO, a solução da empresa está sempre em evolução, com melhorias e atualizações constantes. Um dos projetos desenvolvidos no setor de pesquisas para aprimorar o Visi by Construct IN — software de captura da realidade — foi baseado em registro por vídeo e conquistou o prêmio Campeãs da Inovação.

“Sua tecnologia permite registrar pontos de inspeção com um simples vídeo: o usuário grava em 360° e marca os locais com um clique, sem necessidade de fotos manuais. [...] Por trás de uma premissa simples como essa, estão benefícios como a redução de 60% no tempo de registro em campo, a centralização automática de dados e a transparência no acompanhamento de projetos.” - Júlia Provenzi.

Atualmente, o Visi opera a partir de imagens em 360°, permitindo a inserção de apontamentos, checklists e a integração com ERP, BIM e outras ferramentas. O objetivo é centralizar ações, fornecer um histórico completo da evolução das obras e garantir dados seguros, resolvendo problemas recorrentes do setor. Tal ponto é reforçada por Tales Silva na entrevista:

“À medida que você consegue documentar melhor a obra, você tem mais informações e mais subsídios para discutir aditivos contratuais, que são questões bastante rotineiras dentro das construtoras e contratantes no setor.”

Embora reconheça que ainda exista resistência às adaptações tecnológicas, a visão de Tales é otimista — e os números justificam. Com um portfólio diversificado, que inclui clientes como Petz, OXXO, Cyrela e Banco do Brasil, a Construct IN vem registrando um crescimento anual de 100%, reflexo da crescente demanda por soluções digitais.

“As empresas de tecnologia da construção civil estão ficando mais robustas. Ou seja, está havendo maior aderência do mercado a soluções tecnológicas. Eu acho que é um caminho sem volta”, afirma Tales.

Para que você possa se inteirar um pouco do cenário da construção civil em relação às inovações tecnológicas, trouxemos uma breve contextualização dos problemas visualizados por nossa liderança e a solução proposta pela vencedora do Campeãs da Inovação.

O Diagnóstico de um Setor: Resistência à Mudança na Construção Civil

Para entender a relevância da inovação que nasce no Sul, é preciso olhar de frente para a condição crônica que aflige a construção civil no mundo inteiro: uma persistente crise de produtividade.

Um estudo da consultoria McKinsey mostrou que, entre 2000 e 2022, a produtividade global da construção civil melhorou apenas 10% no acumulado, o que se traduz em uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) anêmica de aproximadamente 0,4%. Durante o mesmo período de 22 anos, a produtividade da economia global como um todo avançou 50% (uma CAGR de 2%), enquanto o setor de manufatura — frequentemente citado como um modelo de eficiência industrial — viu sua produtividade aumentar em impressionantes 90% (uma CAGR de 3%).

No Brasil, o cenário é ainda mais preocupante. Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que, em 2013, a produtividade do trabalhador da construção civil brasileira era 80% inferior à de um norte-americano — um número semelhante ao observado em 2003, revelando que, mesmo em anos de crescimento econômico, não houve convergência (FGV, 2013). Essa lacuna de produtividade está intrinsecamente ligada à remuneração. Um estudo da FIESP destacou que os trabalhadores da construção no Brasil recebiam a menor renda bruta anual (US$ 11.300) entre os países analisados. 

Essa disparidade se reflete também no valor agregado: segundo estudo da FIESP, cada trabalhador da construção no Brasil gerou US$ 18,9 mil por ano, enquanto a média da OCDE é de US$ 57,8 mil (FIESP/IBGE/OCDE, 2013). Isso sugere uma correlação direta e um ciclo vicioso: a baixa produtividade limita a capacidade das empresas de pagar salários mais altos, e os salários baixos, por sua vez, dificultam a atração e retenção de profissionais qualificados, o que perpetua a baixa produtividade.

A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) complementa esse diagnóstico, apontando obstáculos persistentes: elevação dos custos com capital humano e insumos, gargalos regulatórios e a necessidade de um ambiente de negócios mais previsível para atrair investimentos de longo prazo (CBIC, 2024).

Diante desse quadro, não surpreende que tecnologias de gestão digital ainda enfrentem resistência cultural profunda. Uma pesquisa feita pela própria Construct IN, junto a construtoras com mais de 100 funcionários, mostrou que 57% da resistência às novas ferramentas vêm da alta gestão — receosa com riscos financeiros — e 39% parte das equipes operacionais, que veem as mudanças como uma ameaça a fluxos de trabalho estabelecidos ou ao próprio emprego.

Em paralelo, apenas 14% das construtoras brasileiras com mais de 100 funcionários já utilizam captura da realidade, contra mais de 50% de adoção nos EUA e Europa (Construct IN, 2024; Liga Ventures, 2024). É neste cenário desafiador que surgem oportunidades para startups capazes de "quebrar o ciclo", como a Construct IN.

A Resposta: Captura da Realidade como Vetor de Transparência e Eficiência

A resposta da Construct IN para a crise de produtividade e a insuficiência de digitalização foi apostar na Captura da Realidade. O nome pode soar técnico, mas, na prática, trata-se de uma mudança de paradigma na forma como as obras são documentadas e gerenciadas.

A partir de fotos e vídeos 360º — processados com inteligência artificial — cria-se um gêmeo digital navegável da obra, acessível de qualquer lugar. Como destacou a jornalista Júlia Provenzi em reportagem para a Revista Amanhã, resumindo a fala de Tales Silva:

“Do investidor ao projetista, do planejador ao executor, todos têm a mesma visão da obra” (Revista Amanhã, edição 350, 2025).

O efeito prático de centralizar as informações por meio do registro visual é a criação de uma fonte única da verdade, que elimina ambiguidades e acelera decisões. Os impactos disso para um setor historicamente fragmentado entre e-mails, relatórios isolados e grupos de WhatsApp já são mensuráveis:

  • Eficiência Operacional – redução de até 80% do tempo de registro em campo e 50% nos custos com viagens e deslocamentos para reuniões presenciais em canteiros (Construct IN, 2024).

  • Mitigação de Riscos – diminuição de até 95% de retrabalho e problemas pós-obra, resultado de comparações contínuas entre o gêmeo digital e o planejamento em BIM (Construct IN, 2024).

  • Decisões Assertivas – uso de IA embarcada para tarefas que vão desde o cálculo de medidas diretamente nas imagens até a detecção de situações de segurança, como trabalhadores sem capacete.

Esses ganhos explicam por que, segundo a própria empresa, 65% dos clientes mudaram a forma de gerir suas obras após a implementação da plataforma. Nas palavras de Gabriela Pierozan, especialista em BIM da Engeform:

“A plataforma colaborou muito para otimizar o tempo das nossas tarefas internas, no acompanhamento da evolução da obra, medições e relatórios” (Construct IN, 2024).

O reconhecimento da Construct IN, validado pelo impacto gerado em seus clientes, insere a startup em um cenário de inovação muito mais amplo, que foi o foco da 350ª edição da Revista AMANHÃ. A publicação não apenas celebra os vencedores do prêmio, mas também mapeia as tendências que estão redefinindo o mercado, mostrando como a tecnologia e a Inteligência Artificial se tornaram o eixo estratégico para soluções transformadoras em diversos setores.

Panorama da Edição Nº 350 da Revista AMANHÃ: A visão da Construct IN

A 350ª edição da Revista AMANHÃ evidencia um cenário dinâmico, onde a tecnologia — em especial a Inteligência Artificial — emerge como eixo estratégico para soluções transformadoras. O prêmio Campeãs da Inovação 2025 coroou a Klabin (PR) como líder geral, seguida pela Whirlpool (SC) e pela Prati-Donaduzzi (PR).

Entre os cases de maior impacto, estão o Smart POS da Positivo Tecnologia, que transformou maquininhas de pagamento em plataformas inteligentes; a toalha rastreável da Döhler, baseada em blockchain; e a plataforma omnichannel da Fruki, que digitalizou toda a jornada de compra de clientes. As categorias especiais também trouxeram soluções emblemáticas:

  • Lar (PR): inspeção de aves com IA e visão computacional.

  • Unisinos (RS): modelo de Sala de Aula Expandida, híbrida e altamente conectada.

  • CREA-RS (RS): pioneirismo na assinatura eletrônica GOV.BR.

  • Sanepar (PR): política de transformação do lodo de esgoto em superprodutos sustentáveis, reconhecida pela ONU.

  • Construct IN (RS): referência entre startups com sua solução de captura de realidade em 360°, capaz de reduzir em até 60% o tempo de registro em obras.

  • Tecnosinos (RS): inovação na captação de recursos especializados, fortalecendo o ecossistema tecnológico do Vale do Sinos.

Esses exemplos revelam um denominador comum: inovação aplicada a problemas concretos, capaz de influenciar setores inteiros.

Tecnologia e IA: A Fronteira da Inovação no Mercado Brasileiro

Somando 39 anos de tradição, a Revista AMANHÃ consolida-se como uma das principais publicações de gestão e negócios do Sul do Brasil. Liderado pelo publisher Jorge Polydoro, o Grupo AMANHÃ segue seu pioneirismo na análise de inovação através do ranking Campeãs da Inovação, que em sua 21ª edição bateu um recorde histórico, com aproximadamente 300 acessos ao questionário de avaliação. A credibilidade técnica da publicação é reforçada por parcerias estratégicas com o IXL-Center de Cambridge (EUA) e pela aplicação da metodologia do Global Innovation Management Institute (GIMI).

A edição posiciona a Inteligência Artificial não apenas como uma tendência, mas como um catalisador fundamental da inovação empresarial no Sul do Brasil. A publicação demonstra maturidade ao abordar tanto as oportunidades quanto os riscos da IA, como evidenciado na análise de Hitendra Patel, CEO do IXL Center, sobre as "quatro maiores ameaças" da tecnologia — desde questões existenciais até cibersegurança.

O diferencial da revista está na contextualização prática da tecnologia através de cases reais. Exemplos como o Smart POS da Positivo Tecnologia, que integra Android em máquinas de pagamento ou a visão computacional da Cooperativa Lar para inspeção de aves  ilustram essa abordagem. Alexandre Chang, diretor do IXL-Center, sintetiza essa visão ao afirmar que "a tecnologia é chave para a inovação, mas deve ser combinada com uma aplicação para captura de valor", mostrando o foco da revista em resultados tangíveis e sustentáveis.

Campeãs da Inovação 2025: A Inteligência Artificial como Ferramenta Estratégica

A 21ª edição da pesquisa Campeãs da Inovação revela que “as empresas do Sul têm utilizado a tecnologia, especialmente a Inteligência Artificial, como ferramenta para oferecer soluções transformadoras”. A popularização da IA, tanto no âmbito profissional quanto pessoal, "tem mostrado mesmo aos mais céticos e conservadores que ela é uma realidade e vem evoluindo exponencialmente, com mais e diferentes aplicações e o valor gerado é inquestionável", segundo Fernando Onosaki, diretor do IXL-Center. Onosaki descreve a progressão da tecnologia de preditiva e generativa para agentes de IA, apontando a Edge AI como a próxima onda, que descentralizará o processamento para os próprios dispositivos.

Contudo, Chang pondera que a "tecnologia é chave para a inovação, mas deve ser combinada com uma aplicação para captura de valor", alertando para os riscos do seu uso indevido. Em linha com essa visão, o estudo aponta um desafio crítico e global: embora as empresas demonstrem alto alinhamento entre suas estratégias de inovação e os objetivos corporativos, ainda "possuem grandes dificuldades em gerar ou mesmo medir os resultados das suas iniciativas".

O Peso dos Resultados e o Cenário de Investimentos

A dimensão "Resultados" é a de maior peso na avaliação das Campeãs da Inovação, pois mede a capacidade de transformar ideias em resultados concretos e mensuráveis. O cenário de investimentos mostra um crescimento positivo, com os orçamentos para inovação aumentando, em média, mais de 15% em 2024. No entanto, a pesquisa também revela o impacto de adversidades regionais: as enchentes no Rio Grande do Sul inibiram aportes na área, resultando em um orçamento 10% menor para as empresas gaúchas em comparação com as de Santa Catarina e Paraná.

É exatamente nesta intersecção – entre o potencial da tecnologia e a necessidade de resultados práticos – que a nossa missão ganha força. A resposta para a crise de produtividade do setor não está apenas na tecnologia em si, mas na sua aplicação inteligente para gerar transparência e eficiência. Acima de tudo, a inovação mais duradoura e impactante é aquela que nasce e se desenvolve dentro de um ecossistema forte e colaborativo.

Future Foresight: Navegando Incertezas Estrategicamente

Na revista, António Alvarenga, Head do GIMI em Portugal, destaca o Future Foresight como ferramenta essencial para inovar em um cenário de alta volatilidade. A disciplina foca em "compreender os sinais do futuro, as transformações em curso e de construir cenários", permitindo a identificação de tendências a partir de "sinais fracos" para tomar melhores decisões hoje.

Diferente da previsão tradicional, o Future Foresight "coloca as incertezas na mesa: um mundo com pandemia, com IA, com os conflitos, com Donald Trump..." , tornando-se uma ferramenta "particularmente útil para tempos de crise". Sua análise é feita "de fora para dentro", com foco no mercado, regulação e concorrência. Alvarenga vê a IA tanto como uma "variável que muda as regras do jogo" quanto um "colega de trabalho" que acelera o processo, embora as decisões-chave permaneçam humanas.

Para o Brasil, Alvarenga enxerga um "campo enorme" para a aplicação do Foresight, citando que grandes empresas como Embraer e Petrobras já possuem profissionais com esse conhecimento. Ele enfatiza também que a inovação não se resume a produtos, mas abrange "processos internos, de gestão", que, por serem mais difíceis de copiar, geram vantagens competitivas duradouras.

Analfabetismo Funcional e Competitividade Industrial no Brasil

A análise da Revista AMANHÃ sobre o gap educacional brasileiro deveria ser lida pelo setor produtivo como um alerta estratégico: inovação tecnológica só gera competitividade quando as pessoas conseguem utilizá-la de forma plena. Segundo a matéria, 29% dos brasileiros ainda se encontram em condição de analfabetismo funcional — incluindo 17% de quem concluiu o ensino médio e até 12% de universitários. Esse quadro afeta diretamente a indústria: menos produtividade, mais erros, baixa autonomia na resolução de problemas e dificuldade de adaptação a processos inovadores.

Embora o ensino técnico seja apontado como um “antídoto”, em nosso ponto de vista, a solução não deve se restringir ao sistema educacional formal. A transformação digital em setores tradicionais, como a construção civil, exige corresponsabilidade: políticas públicas, empresas e profissionais precisam agir de forma integrada.

Para as empresas, assumir o protagonismo significa estruturar programas contínuos de capacitação interna, conectados às tecnologias já implementadas no dia a dia dos canteiros de obra e do chão de fábrica. Essa prática vai além de preencher lacunas deixadas pelo sistema educacional: é uma estratégia de negócio. Afinal, a inovação só se converte em resultados quando o trabalhador tem fluência digital, confiança no uso das ferramentas e entendimento crítico das aplicações.

Por outro lado, os profissionais também precisam se engajar em sua própria jornada de aprendizado. Autodesenvolvimento, participação em cursos livres, atualização em ferramentas digitais e busca por certificações aumentam a empregabilidade e reduzem a dependência exclusiva de treinamentos corporativos.

Em síntese: a tecnologia é potência, mas a qualificação é motor. Só quando empresas e profissionais compartilham essa responsabilidade a inovação deixa de ser promessa e passa a gerar produtividade real, qualidade de execução e vantagem competitiva sustentável para o Brasil.

Ecossistema de Inovação: Da Educação ao Mercado de Trabalho

A 21ª edição do ranking Campeãs da Inovação, da Revista Amanhã, trouxe um reconhecimento que vai além da nossa própria conquista: ela validou a força do ecossistema que nos formou. A premiação simultânea da Construct IN, do Tecnosinos (1º lugar em Parques Tecnológicos) e da Unisinos (1º lugar em Ensino & Pesquisa) não é uma coincidência. É a prova de que a inovação de ponta floresce na colaboração.

Nossa vitória é o resultado direto de termos nascido e crescido nesse ambiente de alta performance. Como lembra nosso CEO, Tales Silva, foi no Tecnosinos, nossa primeira casa e incubadora, que a Construct IN deu seus "primeiros passos" e encontrou o "apoio para provar que a nossa visão fazia sentido". Essa vitória tripla demonstra, na prática, o sucesso do modelo "hélice tríplice", onde a sinergia entre academia, setor privado e governo transforma ideias em negócios de impacto.

Tecnosinos: Onde a Inovação Encontra o Mercado

Premiado como líder na estreia da categoria Parques Tecnológicos, o Tecnosinos é um ecossistema vibrante que personifica o poder da conexão. Gerido pela Unisinos em um modelo de governança de hélice tríplice, o parque é um catalisador para o desenvolvimento de empresas de tecnologia.

Em entrevista à Revista Amanhã, o gestor executivo do Tecnosinos, Sílvio Bitencourt da Silva, destacou essa vocação: "É comprovado, não só no Brasil, mas em todo o mundo, que arranjos como os parques científicos e tecnológicos fazem a diferença no desenvolvimento das regiões, porque eles conseguem estímulo ao empreendedorismo e à inovação".

Números que impressionam:

  • 140 empresas instaladas, de startups a gigantes globais como a SAP.

  • 8 mil trabalhadores gerando conhecimento e riqueza.

  • Governança compartilhada entre empresas, academia (Unisinos) e poder público.

  • Reconhecimento internacional pela União Europeia como hub de inovação digital.

Um dos diferenciais do Tecnosinos, destacado na reportagem, é seu serviço especializado de captação de recursos. Ao invés de apenas divulgar editais, uma equipe dedicada oferece suporte estratégico completo, transformando oportunidades de fomento em realidade. "Essas bolsas para desenvolvimento de projetos fizeram com que as empresas pudessem aumentar o número de profissionais atuando em áreas específicas e essenciais", explicou Lariani Brito Schwarzbach, responsável pela iniciativa.

Unisinos: A Vanguarda na Formação de Talentos para o Futuro

Um ecossistema de ponta precisa de talentos à altura. É aqui que a Unisinos, vencedora da categoria Ensino & Pesquisa, desempenha seu papel vital. O projeto premiado, "Sala de Aula Expandida", rompe as barreiras tradicionais da educação, integrando ambientes virtuais, comunidades e o próprio Tecnosinos em uma experiência de aprendizado contínua. "O conhecimento não se confina às quatro paredes de uma sala de aula", afirmou Micael Behs, gerente de graduação, à revista.

O modelo híbrido da universidade equilibra encontros presenciais com o melhor da tecnologia, mantém parcerias com mais de 170 instituições globais e já mostra resultados expressivos: a taxa de evasão reduziu 45% nos últimos dez anos.

A sinergia é evidente nos números: 60% dos profissionais que atuam no Tecnosinos são egressos da Unisinos. Este ciclo virtuoso garante que a formação acadêmica de excelência alimente diretamente a demanda do mercado por talentos preparados para os desafios da nova economia.

Hélice Tríplice: Um Modelo de Sucesso para o Brasil

A tríade de conquistas da Construct IN, Tecnosinos e Unisinos valida uma tese poderosa: a inovação avançada, capaz de resolver grandes desafios, floresce com mais força quando nutrida por um ecossistema integrado. Como a reportagem da Revista Amanhã tão bem capturou em um comentário de Júlia Provenzi, a verdadeira lição deste caso é que a inovação nasce da conexão:

"A alavanca mais poderosa para transformar ideias em realidade muitas vezes não é uma plataforma tecnológica, mas a combinação certa de visão estratégica, expertise multidisciplinar e a compreensão de que inovar é, antes de tudo, conectar capacidades".

O sucesso deste modelo, que une academia, incubadora e startup, valida uma poderosa fórmula para gerar inovação. Isso nos leva a uma pergunta inevitável: o que acontece depois que essa inovação sobrevive ao seu estágio experimental? O que assegura que ela ganhe tração, alcance a escala necessária e se converta em um progresso real para a indústria, em vez de se tornar apenas uma promessa?

Depois da Incubadora: a Quem Cabe Liderar a Inovação na Construção Civil?

Quando a inércia domina um mercado, o progresso se move a passos lentos. Na construção civil, essa estagnação se traduz em uma crônica crise de produtividade. Se ecossistemas de inovação já produzem soluções viáveis e, ainda assim, o abismo entre o que se constrói e o que se poderia construir aumenta, a reflexão que fica é: de quem é a responsabilidade por mudar esse cenário?

A resposta aponta para uma verdade fundamental: a inovação, em sua essência, não é apenas tecnológica, mas sim uma decisão estratégica. Após o impulso inicial dos ambientes de pesquisa e desenvolvimento, o verdadeiro motor da mudança está nas mesas de decisão das grandes empresas do setor.

O desafio para que a inovação alcance a escala e o impacto prometidos é duplo. De um lado, envolve romper com a principal barreira ao avanço: a resistência à mudança dentro das próprias empresas. A percepção de que inovar é sinônimo de alto custo, complexidade e risco é um legado ultrapassado, invalidado pelos modernos modelos de negócio que transformam investimentos paralisantes (CAPEX) em despesas operacionais flexíveis e mensuráveis (OPEX).

Por outro lado, superar a resistência é apenas metade da jornada. O segundo desafio está no engajamento real com a mudança, que exige uma implementação criteriosa. Para um líder da construção, a questão não é mais se a tecnologia pode economizar tempo e dinheiro, mas sim: como implementar inovações tecnológicas com mais eficiência na empresa?

A escolha errada pode ser tão prejudicial quanto a decisão de não fazer nada, desperdiçando recursos e aprofundando a desconfiança. A verdadeira transformação não está em adotar qualquer ferramenta, mas em dominar aquela que resolve o problema central do negócio e se integra de forma inteligente aos processos já existentes.

O papel do Grupo Amanhã ultrapassa a fronteira do Sul do Brasil

Mais do que um prêmio, o Campeãs da Inovação, promovido pelo Grupo AMANHÃ, tornou-se um laboratório de futuro para o ecossistema empresarial. Ao conceder um palco estratégico às companhias que redefinem seus setores, a iniciativa desempenha um papel fundamental na aceleração da inovação e na difusão de boas práticas, fomentando debates com impacto em todo o Brasil.

A força do ranking está em sua metodologia, que aplica o Innovation Management Index para garantir rigor e comparabilidade internacional. São avaliadas seis dimensões críticas da gestão da inovação — Estratégia, Recursos, Processos, Organização, Cultura e Resultados —, sendo a última determinante para separar iniciativas conceituais daquelas que se traduzem em valor concreto.

Essa curadoria de excelência é o cenário perfeito para o debate sobre o futuro da construção civil. Na edição especial da Revista AMANHÃ, você encontrará não apenas os cases que posicionam o Sul no radar da inovação, mas também a matéria especial sobre a Construct IN, com insights exclusivos do nosso CEO, Tales Silva, detalhando como a visão da empresa está ajudando a reescrever os padrões de produtividade do setor.

Mergulhe nas discussões que estão moldando o futuro dos negócios no Brasil.

→ Clique para acessar a edição completa da Revista AMANHA e ler a matéria exclusiva.

No momento em que a corrida tecnológica global alcançava a construção civil, o Brasil e a América Latina ainda não haviam dado a largada. A razão era clara: os players internacionais não nos viam como um mercado prioritário. Essa lacuna tornou-se o combustível para a criação da Construct IN, em 2019.

Essa trajetória recebeu um importante reconhecimento neste ano: a vitória no 21º Prêmio Campeãs da Inovação 2025, do Grupo Amanhã, na categoria MPEs e Startups. Em entrevista exclusiva para a Revista Amanhã, Tales Silva, CEO da empresa, compartilha os bastidores dessa jornada e sua visão sobre o futuro da construção civil brasileira.

A edição especial do prêmio, com o tema “A inovação é tech”, propôs um debate sobre a inteligência artificial como estratégia, apresentou dados e reflexões sobre o uso da tecnologia nas empresas do Sul e trouxe cases relevantes sobre o mercado global, dentre outros temas de interesse para gestores de negócios no Brasil.

A seguir, apresentamos um panorama da entrevista em que nosso CEO, Tales Silva, compartilha com a jornalista Júlia Provenzi os bastidores da nossa história e sua visão de futuro para o setor, além do nosso ponto de vista sobre os principais destaques da revista.

O futuro da construção civil é digital e integrado: a visão de Tales Silva

Engenheiro civil formado pela PUC-RS com MBA Executivo pela ESPM-Sul, Tales Silva é inconformado com o descompasso entre o avanço tecnológico e os processos praticados nos canteiros de obra. Desde 2013, ele dedica sua carreira a transformar a construção civil e sua experiência em projetos estruturais e construções industrializadas apenas aumentou sua inquietação com a ineficiência do setor.

A jornada que o levaria a se tornar fundador e CEO da Construct IN teve como marco inicial uma imersão no Vale do Silício, em 2018. Nessa experiência, ele encontrou inspiração para criar a empresa que hoje representa a ponte entre a tradição da construção e a mentalidade disruptiva da tecnologia.

“Quando o engenheiro civil Tales Silva visitou o Vale do Silício, berço da inovação mundial, percebeu a distância entre as tecnologias aplicadas à construção civil global e a realidade brasileira. Enquanto o mundo avançava em soluções tecnológicas, o Brasil ainda patinava em métodos tradicionais. Essa lacuna inspirou a criação da Construct IN em 2019, startup que une construção civil e tecnologia com soluções disruptivas para o mercado brasileiro.” - Júlia Provenzi.

Este parágrafo abre a matéria de Júlia Provenzi elaborada com base na entrevista feita com o CEO da Construct IN para a Revista AMANHÃ. Na conversa, Tales Silva destaca o ponto central da revolução que sua empresa propõe: a transparência.

“Eu acabo resolvendo a dor de transparência, por um lado, levando as informações para que todo mundo esteja na mesma página e, quando centralizo a informação, torno a decisão mais rápida e assertiva sobre os problemas e discussões que estão sendo enfrentados na obra”, observa Tales sobre a solução de captura da realidade oferecida pela Construct IN.

A abordagem da SaaS é um exemplo de como a tecnologia, orientada à usabilidade e à simplicidade, pode superar a resistência cultural e se tornar um vetor de mudança. Em consonância com a inquietação do CEO, a solução da empresa está sempre em evolução, com melhorias e atualizações constantes. Um dos projetos desenvolvidos no setor de pesquisas para aprimorar o Visi by Construct IN — software de captura da realidade — foi baseado em registro por vídeo e conquistou o prêmio Campeãs da Inovação.

“Sua tecnologia permite registrar pontos de inspeção com um simples vídeo: o usuário grava em 360° e marca os locais com um clique, sem necessidade de fotos manuais. [...] Por trás de uma premissa simples como essa, estão benefícios como a redução de 60% no tempo de registro em campo, a centralização automática de dados e a transparência no acompanhamento de projetos.” - Júlia Provenzi.

Atualmente, o Visi opera a partir de imagens em 360°, permitindo a inserção de apontamentos, checklists e a integração com ERP, BIM e outras ferramentas. O objetivo é centralizar ações, fornecer um histórico completo da evolução das obras e garantir dados seguros, resolvendo problemas recorrentes do setor. Tal ponto é reforçada por Tales Silva na entrevista:

“À medida que você consegue documentar melhor a obra, você tem mais informações e mais subsídios para discutir aditivos contratuais, que são questões bastante rotineiras dentro das construtoras e contratantes no setor.”

Embora reconheça que ainda exista resistência às adaptações tecnológicas, a visão de Tales é otimista — e os números justificam. Com um portfólio diversificado, que inclui clientes como Petz, OXXO, Cyrela e Banco do Brasil, a Construct IN vem registrando um crescimento anual de 100%, reflexo da crescente demanda por soluções digitais.

“As empresas de tecnologia da construção civil estão ficando mais robustas. Ou seja, está havendo maior aderência do mercado a soluções tecnológicas. Eu acho que é um caminho sem volta”, afirma Tales.

Para que você possa se inteirar um pouco do cenário da construção civil em relação às inovações tecnológicas, trouxemos uma breve contextualização dos problemas visualizados por nossa liderança e a solução proposta pela vencedora do Campeãs da Inovação.

O Diagnóstico de um Setor: Resistência à Mudança na Construção Civil

Para entender a relevância da inovação que nasce no Sul, é preciso olhar de frente para a condição crônica que aflige a construção civil no mundo inteiro: uma persistente crise de produtividade.

Um estudo da consultoria McKinsey mostrou que, entre 2000 e 2022, a produtividade global da construção civil melhorou apenas 10% no acumulado, o que se traduz em uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) anêmica de aproximadamente 0,4%. Durante o mesmo período de 22 anos, a produtividade da economia global como um todo avançou 50% (uma CAGR de 2%), enquanto o setor de manufatura — frequentemente citado como um modelo de eficiência industrial — viu sua produtividade aumentar em impressionantes 90% (uma CAGR de 3%).

No Brasil, o cenário é ainda mais preocupante. Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que, em 2013, a produtividade do trabalhador da construção civil brasileira era 80% inferior à de um norte-americano — um número semelhante ao observado em 2003, revelando que, mesmo em anos de crescimento econômico, não houve convergência (FGV, 2013). Essa lacuna de produtividade está intrinsecamente ligada à remuneração. Um estudo da FIESP destacou que os trabalhadores da construção no Brasil recebiam a menor renda bruta anual (US$ 11.300) entre os países analisados. 

Essa disparidade se reflete também no valor agregado: segundo estudo da FIESP, cada trabalhador da construção no Brasil gerou US$ 18,9 mil por ano, enquanto a média da OCDE é de US$ 57,8 mil (FIESP/IBGE/OCDE, 2013). Isso sugere uma correlação direta e um ciclo vicioso: a baixa produtividade limita a capacidade das empresas de pagar salários mais altos, e os salários baixos, por sua vez, dificultam a atração e retenção de profissionais qualificados, o que perpetua a baixa produtividade.

A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) complementa esse diagnóstico, apontando obstáculos persistentes: elevação dos custos com capital humano e insumos, gargalos regulatórios e a necessidade de um ambiente de negócios mais previsível para atrair investimentos de longo prazo (CBIC, 2024).

Diante desse quadro, não surpreende que tecnologias de gestão digital ainda enfrentem resistência cultural profunda. Uma pesquisa feita pela própria Construct IN, junto a construtoras com mais de 100 funcionários, mostrou que 57% da resistência às novas ferramentas vêm da alta gestão — receosa com riscos financeiros — e 39% parte das equipes operacionais, que veem as mudanças como uma ameaça a fluxos de trabalho estabelecidos ou ao próprio emprego.

Em paralelo, apenas 14% das construtoras brasileiras com mais de 100 funcionários já utilizam captura da realidade, contra mais de 50% de adoção nos EUA e Europa (Construct IN, 2024; Liga Ventures, 2024). É neste cenário desafiador que surgem oportunidades para startups capazes de "quebrar o ciclo", como a Construct IN.

A Resposta: Captura da Realidade como Vetor de Transparência e Eficiência

A resposta da Construct IN para a crise de produtividade e a insuficiência de digitalização foi apostar na Captura da Realidade. O nome pode soar técnico, mas, na prática, trata-se de uma mudança de paradigma na forma como as obras são documentadas e gerenciadas.

A partir de fotos e vídeos 360º — processados com inteligência artificial — cria-se um gêmeo digital navegável da obra, acessível de qualquer lugar. Como destacou a jornalista Júlia Provenzi em reportagem para a Revista Amanhã, resumindo a fala de Tales Silva:

“Do investidor ao projetista, do planejador ao executor, todos têm a mesma visão da obra” (Revista Amanhã, edição 350, 2025).

O efeito prático de centralizar as informações por meio do registro visual é a criação de uma fonte única da verdade, que elimina ambiguidades e acelera decisões. Os impactos disso para um setor historicamente fragmentado entre e-mails, relatórios isolados e grupos de WhatsApp já são mensuráveis:

  • Eficiência Operacional – redução de até 80% do tempo de registro em campo e 50% nos custos com viagens e deslocamentos para reuniões presenciais em canteiros (Construct IN, 2024).

  • Mitigação de Riscos – diminuição de até 95% de retrabalho e problemas pós-obra, resultado de comparações contínuas entre o gêmeo digital e o planejamento em BIM (Construct IN, 2024).

  • Decisões Assertivas – uso de IA embarcada para tarefas que vão desde o cálculo de medidas diretamente nas imagens até a detecção de situações de segurança, como trabalhadores sem capacete.

Esses ganhos explicam por que, segundo a própria empresa, 65% dos clientes mudaram a forma de gerir suas obras após a implementação da plataforma. Nas palavras de Gabriela Pierozan, especialista em BIM da Engeform:

“A plataforma colaborou muito para otimizar o tempo das nossas tarefas internas, no acompanhamento da evolução da obra, medições e relatórios” (Construct IN, 2024).

O reconhecimento da Construct IN, validado pelo impacto gerado em seus clientes, insere a startup em um cenário de inovação muito mais amplo, que foi o foco da 350ª edição da Revista AMANHÃ. A publicação não apenas celebra os vencedores do prêmio, mas também mapeia as tendências que estão redefinindo o mercado, mostrando como a tecnologia e a Inteligência Artificial se tornaram o eixo estratégico para soluções transformadoras em diversos setores.

Panorama da Edição Nº 350 da Revista AMANHÃ: A visão da Construct IN

A 350ª edição da Revista AMANHÃ evidencia um cenário dinâmico, onde a tecnologia — em especial a Inteligência Artificial — emerge como eixo estratégico para soluções transformadoras. O prêmio Campeãs da Inovação 2025 coroou a Klabin (PR) como líder geral, seguida pela Whirlpool (SC) e pela Prati-Donaduzzi (PR).

Entre os cases de maior impacto, estão o Smart POS da Positivo Tecnologia, que transformou maquininhas de pagamento em plataformas inteligentes; a toalha rastreável da Döhler, baseada em blockchain; e a plataforma omnichannel da Fruki, que digitalizou toda a jornada de compra de clientes. As categorias especiais também trouxeram soluções emblemáticas:

  • Lar (PR): inspeção de aves com IA e visão computacional.

  • Unisinos (RS): modelo de Sala de Aula Expandida, híbrida e altamente conectada.

  • CREA-RS (RS): pioneirismo na assinatura eletrônica GOV.BR.

  • Sanepar (PR): política de transformação do lodo de esgoto em superprodutos sustentáveis, reconhecida pela ONU.

  • Construct IN (RS): referência entre startups com sua solução de captura de realidade em 360°, capaz de reduzir em até 60% o tempo de registro em obras.

  • Tecnosinos (RS): inovação na captação de recursos especializados, fortalecendo o ecossistema tecnológico do Vale do Sinos.

Esses exemplos revelam um denominador comum: inovação aplicada a problemas concretos, capaz de influenciar setores inteiros.

Tecnologia e IA: A Fronteira da Inovação no Mercado Brasileiro

Somando 39 anos de tradição, a Revista AMANHÃ consolida-se como uma das principais publicações de gestão e negócios do Sul do Brasil. Liderado pelo publisher Jorge Polydoro, o Grupo AMANHÃ segue seu pioneirismo na análise de inovação através do ranking Campeãs da Inovação, que em sua 21ª edição bateu um recorde histórico, com aproximadamente 300 acessos ao questionário de avaliação. A credibilidade técnica da publicação é reforçada por parcerias estratégicas com o IXL-Center de Cambridge (EUA) e pela aplicação da metodologia do Global Innovation Management Institute (GIMI).

A edição posiciona a Inteligência Artificial não apenas como uma tendência, mas como um catalisador fundamental da inovação empresarial no Sul do Brasil. A publicação demonstra maturidade ao abordar tanto as oportunidades quanto os riscos da IA, como evidenciado na análise de Hitendra Patel, CEO do IXL Center, sobre as "quatro maiores ameaças" da tecnologia — desde questões existenciais até cibersegurança.

O diferencial da revista está na contextualização prática da tecnologia através de cases reais. Exemplos como o Smart POS da Positivo Tecnologia, que integra Android em máquinas de pagamento ou a visão computacional da Cooperativa Lar para inspeção de aves  ilustram essa abordagem. Alexandre Chang, diretor do IXL-Center, sintetiza essa visão ao afirmar que "a tecnologia é chave para a inovação, mas deve ser combinada com uma aplicação para captura de valor", mostrando o foco da revista em resultados tangíveis e sustentáveis.

Campeãs da Inovação 2025: A Inteligência Artificial como Ferramenta Estratégica

A 21ª edição da pesquisa Campeãs da Inovação revela que “as empresas do Sul têm utilizado a tecnologia, especialmente a Inteligência Artificial, como ferramenta para oferecer soluções transformadoras”. A popularização da IA, tanto no âmbito profissional quanto pessoal, "tem mostrado mesmo aos mais céticos e conservadores que ela é uma realidade e vem evoluindo exponencialmente, com mais e diferentes aplicações e o valor gerado é inquestionável", segundo Fernando Onosaki, diretor do IXL-Center. Onosaki descreve a progressão da tecnologia de preditiva e generativa para agentes de IA, apontando a Edge AI como a próxima onda, que descentralizará o processamento para os próprios dispositivos.

Contudo, Chang pondera que a "tecnologia é chave para a inovação, mas deve ser combinada com uma aplicação para captura de valor", alertando para os riscos do seu uso indevido. Em linha com essa visão, o estudo aponta um desafio crítico e global: embora as empresas demonstrem alto alinhamento entre suas estratégias de inovação e os objetivos corporativos, ainda "possuem grandes dificuldades em gerar ou mesmo medir os resultados das suas iniciativas".

O Peso dos Resultados e o Cenário de Investimentos

A dimensão "Resultados" é a de maior peso na avaliação das Campeãs da Inovação, pois mede a capacidade de transformar ideias em resultados concretos e mensuráveis. O cenário de investimentos mostra um crescimento positivo, com os orçamentos para inovação aumentando, em média, mais de 15% em 2024. No entanto, a pesquisa também revela o impacto de adversidades regionais: as enchentes no Rio Grande do Sul inibiram aportes na área, resultando em um orçamento 10% menor para as empresas gaúchas em comparação com as de Santa Catarina e Paraná.

É exatamente nesta intersecção – entre o potencial da tecnologia e a necessidade de resultados práticos – que a nossa missão ganha força. A resposta para a crise de produtividade do setor não está apenas na tecnologia em si, mas na sua aplicação inteligente para gerar transparência e eficiência. Acima de tudo, a inovação mais duradoura e impactante é aquela que nasce e se desenvolve dentro de um ecossistema forte e colaborativo.

Future Foresight: Navegando Incertezas Estrategicamente

Na revista, António Alvarenga, Head do GIMI em Portugal, destaca o Future Foresight como ferramenta essencial para inovar em um cenário de alta volatilidade. A disciplina foca em "compreender os sinais do futuro, as transformações em curso e de construir cenários", permitindo a identificação de tendências a partir de "sinais fracos" para tomar melhores decisões hoje.

Diferente da previsão tradicional, o Future Foresight "coloca as incertezas na mesa: um mundo com pandemia, com IA, com os conflitos, com Donald Trump..." , tornando-se uma ferramenta "particularmente útil para tempos de crise". Sua análise é feita "de fora para dentro", com foco no mercado, regulação e concorrência. Alvarenga vê a IA tanto como uma "variável que muda as regras do jogo" quanto um "colega de trabalho" que acelera o processo, embora as decisões-chave permaneçam humanas.

Para o Brasil, Alvarenga enxerga um "campo enorme" para a aplicação do Foresight, citando que grandes empresas como Embraer e Petrobras já possuem profissionais com esse conhecimento. Ele enfatiza também que a inovação não se resume a produtos, mas abrange "processos internos, de gestão", que, por serem mais difíceis de copiar, geram vantagens competitivas duradouras.

Analfabetismo Funcional e Competitividade Industrial no Brasil

A análise da Revista AMANHÃ sobre o gap educacional brasileiro deveria ser lida pelo setor produtivo como um alerta estratégico: inovação tecnológica só gera competitividade quando as pessoas conseguem utilizá-la de forma plena. Segundo a matéria, 29% dos brasileiros ainda se encontram em condição de analfabetismo funcional — incluindo 17% de quem concluiu o ensino médio e até 12% de universitários. Esse quadro afeta diretamente a indústria: menos produtividade, mais erros, baixa autonomia na resolução de problemas e dificuldade de adaptação a processos inovadores.

Embora o ensino técnico seja apontado como um “antídoto”, em nosso ponto de vista, a solução não deve se restringir ao sistema educacional formal. A transformação digital em setores tradicionais, como a construção civil, exige corresponsabilidade: políticas públicas, empresas e profissionais precisam agir de forma integrada.

Para as empresas, assumir o protagonismo significa estruturar programas contínuos de capacitação interna, conectados às tecnologias já implementadas no dia a dia dos canteiros de obra e do chão de fábrica. Essa prática vai além de preencher lacunas deixadas pelo sistema educacional: é uma estratégia de negócio. Afinal, a inovação só se converte em resultados quando o trabalhador tem fluência digital, confiança no uso das ferramentas e entendimento crítico das aplicações.

Por outro lado, os profissionais também precisam se engajar em sua própria jornada de aprendizado. Autodesenvolvimento, participação em cursos livres, atualização em ferramentas digitais e busca por certificações aumentam a empregabilidade e reduzem a dependência exclusiva de treinamentos corporativos.

Em síntese: a tecnologia é potência, mas a qualificação é motor. Só quando empresas e profissionais compartilham essa responsabilidade a inovação deixa de ser promessa e passa a gerar produtividade real, qualidade de execução e vantagem competitiva sustentável para o Brasil.

Ecossistema de Inovação: Da Educação ao Mercado de Trabalho

A 21ª edição do ranking Campeãs da Inovação, da Revista Amanhã, trouxe um reconhecimento que vai além da nossa própria conquista: ela validou a força do ecossistema que nos formou. A premiação simultânea da Construct IN, do Tecnosinos (1º lugar em Parques Tecnológicos) e da Unisinos (1º lugar em Ensino & Pesquisa) não é uma coincidência. É a prova de que a inovação de ponta floresce na colaboração.

Nossa vitória é o resultado direto de termos nascido e crescido nesse ambiente de alta performance. Como lembra nosso CEO, Tales Silva, foi no Tecnosinos, nossa primeira casa e incubadora, que a Construct IN deu seus "primeiros passos" e encontrou o "apoio para provar que a nossa visão fazia sentido". Essa vitória tripla demonstra, na prática, o sucesso do modelo "hélice tríplice", onde a sinergia entre academia, setor privado e governo transforma ideias em negócios de impacto.

Tecnosinos: Onde a Inovação Encontra o Mercado

Premiado como líder na estreia da categoria Parques Tecnológicos, o Tecnosinos é um ecossistema vibrante que personifica o poder da conexão. Gerido pela Unisinos em um modelo de governança de hélice tríplice, o parque é um catalisador para o desenvolvimento de empresas de tecnologia.

Em entrevista à Revista Amanhã, o gestor executivo do Tecnosinos, Sílvio Bitencourt da Silva, destacou essa vocação: "É comprovado, não só no Brasil, mas em todo o mundo, que arranjos como os parques científicos e tecnológicos fazem a diferença no desenvolvimento das regiões, porque eles conseguem estímulo ao empreendedorismo e à inovação".

Números que impressionam:

  • 140 empresas instaladas, de startups a gigantes globais como a SAP.

  • 8 mil trabalhadores gerando conhecimento e riqueza.

  • Governança compartilhada entre empresas, academia (Unisinos) e poder público.

  • Reconhecimento internacional pela União Europeia como hub de inovação digital.

Um dos diferenciais do Tecnosinos, destacado na reportagem, é seu serviço especializado de captação de recursos. Ao invés de apenas divulgar editais, uma equipe dedicada oferece suporte estratégico completo, transformando oportunidades de fomento em realidade. "Essas bolsas para desenvolvimento de projetos fizeram com que as empresas pudessem aumentar o número de profissionais atuando em áreas específicas e essenciais", explicou Lariani Brito Schwarzbach, responsável pela iniciativa.

Unisinos: A Vanguarda na Formação de Talentos para o Futuro

Um ecossistema de ponta precisa de talentos à altura. É aqui que a Unisinos, vencedora da categoria Ensino & Pesquisa, desempenha seu papel vital. O projeto premiado, "Sala de Aula Expandida", rompe as barreiras tradicionais da educação, integrando ambientes virtuais, comunidades e o próprio Tecnosinos em uma experiência de aprendizado contínua. "O conhecimento não se confina às quatro paredes de uma sala de aula", afirmou Micael Behs, gerente de graduação, à revista.

O modelo híbrido da universidade equilibra encontros presenciais com o melhor da tecnologia, mantém parcerias com mais de 170 instituições globais e já mostra resultados expressivos: a taxa de evasão reduziu 45% nos últimos dez anos.

A sinergia é evidente nos números: 60% dos profissionais que atuam no Tecnosinos são egressos da Unisinos. Este ciclo virtuoso garante que a formação acadêmica de excelência alimente diretamente a demanda do mercado por talentos preparados para os desafios da nova economia.

Hélice Tríplice: Um Modelo de Sucesso para o Brasil

A tríade de conquistas da Construct IN, Tecnosinos e Unisinos valida uma tese poderosa: a inovação avançada, capaz de resolver grandes desafios, floresce com mais força quando nutrida por um ecossistema integrado. Como a reportagem da Revista Amanhã tão bem capturou em um comentário de Júlia Provenzi, a verdadeira lição deste caso é que a inovação nasce da conexão:

"A alavanca mais poderosa para transformar ideias em realidade muitas vezes não é uma plataforma tecnológica, mas a combinação certa de visão estratégica, expertise multidisciplinar e a compreensão de que inovar é, antes de tudo, conectar capacidades".

O sucesso deste modelo, que une academia, incubadora e startup, valida uma poderosa fórmula para gerar inovação. Isso nos leva a uma pergunta inevitável: o que acontece depois que essa inovação sobrevive ao seu estágio experimental? O que assegura que ela ganhe tração, alcance a escala necessária e se converta em um progresso real para a indústria, em vez de se tornar apenas uma promessa?

Depois da Incubadora: a Quem Cabe Liderar a Inovação na Construção Civil?

Quando a inércia domina um mercado, o progresso se move a passos lentos. Na construção civil, essa estagnação se traduz em uma crônica crise de produtividade. Se ecossistemas de inovação já produzem soluções viáveis e, ainda assim, o abismo entre o que se constrói e o que se poderia construir aumenta, a reflexão que fica é: de quem é a responsabilidade por mudar esse cenário?

A resposta aponta para uma verdade fundamental: a inovação, em sua essência, não é apenas tecnológica, mas sim uma decisão estratégica. Após o impulso inicial dos ambientes de pesquisa e desenvolvimento, o verdadeiro motor da mudança está nas mesas de decisão das grandes empresas do setor.

O desafio para que a inovação alcance a escala e o impacto prometidos é duplo. De um lado, envolve romper com a principal barreira ao avanço: a resistência à mudança dentro das próprias empresas. A percepção de que inovar é sinônimo de alto custo, complexidade e risco é um legado ultrapassado, invalidado pelos modernos modelos de negócio que transformam investimentos paralisantes (CAPEX) em despesas operacionais flexíveis e mensuráveis (OPEX).

Por outro lado, superar a resistência é apenas metade da jornada. O segundo desafio está no engajamento real com a mudança, que exige uma implementação criteriosa. Para um líder da construção, a questão não é mais se a tecnologia pode economizar tempo e dinheiro, mas sim: como implementar inovações tecnológicas com mais eficiência na empresa?

A escolha errada pode ser tão prejudicial quanto a decisão de não fazer nada, desperdiçando recursos e aprofundando a desconfiança. A verdadeira transformação não está em adotar qualquer ferramenta, mas em dominar aquela que resolve o problema central do negócio e se integra de forma inteligente aos processos já existentes.

O papel do Grupo Amanhã ultrapassa a fronteira do Sul do Brasil

Mais do que um prêmio, o Campeãs da Inovação, promovido pelo Grupo AMANHÃ, tornou-se um laboratório de futuro para o ecossistema empresarial. Ao conceder um palco estratégico às companhias que redefinem seus setores, a iniciativa desempenha um papel fundamental na aceleração da inovação e na difusão de boas práticas, fomentando debates com impacto em todo o Brasil.

A força do ranking está em sua metodologia, que aplica o Innovation Management Index para garantir rigor e comparabilidade internacional. São avaliadas seis dimensões críticas da gestão da inovação — Estratégia, Recursos, Processos, Organização, Cultura e Resultados —, sendo a última determinante para separar iniciativas conceituais daquelas que se traduzem em valor concreto.

Essa curadoria de excelência é o cenário perfeito para o debate sobre o futuro da construção civil. Na edição especial da Revista AMANHÃ, você encontrará não apenas os cases que posicionam o Sul no radar da inovação, mas também a matéria especial sobre a Construct IN, com insights exclusivos do nosso CEO, Tales Silva, detalhando como a visão da empresa está ajudando a reescrever os padrões de produtividade do setor.

Mergulhe nas discussões que estão moldando o futuro dos negócios no Brasil.

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No momento em que a corrida tecnológica global alcançava a construção civil, o Brasil e a América Latina ainda não haviam dado a largada. A razão era clara: os players internacionais não nos viam como um mercado prioritário. Essa lacuna tornou-se o combustível para a criação da Construct IN, em 2019.

Essa trajetória recebeu um importante reconhecimento neste ano: a vitória no 21º Prêmio Campeãs da Inovação 2025, do Grupo Amanhã, na categoria MPEs e Startups. Em entrevista exclusiva para a Revista Amanhã, Tales Silva, CEO da empresa, compartilha os bastidores dessa jornada e sua visão sobre o futuro da construção civil brasileira.

A edição especial do prêmio, com o tema “A inovação é tech”, propôs um debate sobre a inteligência artificial como estratégia, apresentou dados e reflexões sobre o uso da tecnologia nas empresas do Sul e trouxe cases relevantes sobre o mercado global, dentre outros temas de interesse para gestores de negócios no Brasil.

A seguir, apresentamos um panorama da entrevista em que nosso CEO, Tales Silva, compartilha com a jornalista Júlia Provenzi os bastidores da nossa história e sua visão de futuro para o setor, além do nosso ponto de vista sobre os principais destaques da revista.

O futuro da construção civil é digital e integrado: a visão de Tales Silva

Engenheiro civil formado pela PUC-RS com MBA Executivo pela ESPM-Sul, Tales Silva é inconformado com o descompasso entre o avanço tecnológico e os processos praticados nos canteiros de obra. Desde 2013, ele dedica sua carreira a transformar a construção civil e sua experiência em projetos estruturais e construções industrializadas apenas aumentou sua inquietação com a ineficiência do setor.

A jornada que o levaria a se tornar fundador e CEO da Construct IN teve como marco inicial uma imersão no Vale do Silício, em 2018. Nessa experiência, ele encontrou inspiração para criar a empresa que hoje representa a ponte entre a tradição da construção e a mentalidade disruptiva da tecnologia.

“Quando o engenheiro civil Tales Silva visitou o Vale do Silício, berço da inovação mundial, percebeu a distância entre as tecnologias aplicadas à construção civil global e a realidade brasileira. Enquanto o mundo avançava em soluções tecnológicas, o Brasil ainda patinava em métodos tradicionais. Essa lacuna inspirou a criação da Construct IN em 2019, startup que une construção civil e tecnologia com soluções disruptivas para o mercado brasileiro.” - Júlia Provenzi.

Este parágrafo abre a matéria de Júlia Provenzi elaborada com base na entrevista feita com o CEO da Construct IN para a Revista AMANHÃ. Na conversa, Tales Silva destaca o ponto central da revolução que sua empresa propõe: a transparência.

“Eu acabo resolvendo a dor de transparência, por um lado, levando as informações para que todo mundo esteja na mesma página e, quando centralizo a informação, torno a decisão mais rápida e assertiva sobre os problemas e discussões que estão sendo enfrentados na obra”, observa Tales sobre a solução de captura da realidade oferecida pela Construct IN.

A abordagem da SaaS é um exemplo de como a tecnologia, orientada à usabilidade e à simplicidade, pode superar a resistência cultural e se tornar um vetor de mudança. Em consonância com a inquietação do CEO, a solução da empresa está sempre em evolução, com melhorias e atualizações constantes. Um dos projetos desenvolvidos no setor de pesquisas para aprimorar o Visi by Construct IN — software de captura da realidade — foi baseado em registro por vídeo e conquistou o prêmio Campeãs da Inovação.

“Sua tecnologia permite registrar pontos de inspeção com um simples vídeo: o usuário grava em 360° e marca os locais com um clique, sem necessidade de fotos manuais. [...] Por trás de uma premissa simples como essa, estão benefícios como a redução de 60% no tempo de registro em campo, a centralização automática de dados e a transparência no acompanhamento de projetos.” - Júlia Provenzi.

Atualmente, o Visi opera a partir de imagens em 360°, permitindo a inserção de apontamentos, checklists e a integração com ERP, BIM e outras ferramentas. O objetivo é centralizar ações, fornecer um histórico completo da evolução das obras e garantir dados seguros, resolvendo problemas recorrentes do setor. Tal ponto é reforçada por Tales Silva na entrevista:

“À medida que você consegue documentar melhor a obra, você tem mais informações e mais subsídios para discutir aditivos contratuais, que são questões bastante rotineiras dentro das construtoras e contratantes no setor.”

Embora reconheça que ainda exista resistência às adaptações tecnológicas, a visão de Tales é otimista — e os números justificam. Com um portfólio diversificado, que inclui clientes como Petz, OXXO, Cyrela e Banco do Brasil, a Construct IN vem registrando um crescimento anual de 100%, reflexo da crescente demanda por soluções digitais.

“As empresas de tecnologia da construção civil estão ficando mais robustas. Ou seja, está havendo maior aderência do mercado a soluções tecnológicas. Eu acho que é um caminho sem volta”, afirma Tales.

Para que você possa se inteirar um pouco do cenário da construção civil em relação às inovações tecnológicas, trouxemos uma breve contextualização dos problemas visualizados por nossa liderança e a solução proposta pela vencedora do Campeãs da Inovação.

O Diagnóstico de um Setor: Resistência à Mudança na Construção Civil

Para entender a relevância da inovação que nasce no Sul, é preciso olhar de frente para a condição crônica que aflige a construção civil no mundo inteiro: uma persistente crise de produtividade.

Um estudo da consultoria McKinsey mostrou que, entre 2000 e 2022, a produtividade global da construção civil melhorou apenas 10% no acumulado, o que se traduz em uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) anêmica de aproximadamente 0,4%. Durante o mesmo período de 22 anos, a produtividade da economia global como um todo avançou 50% (uma CAGR de 2%), enquanto o setor de manufatura — frequentemente citado como um modelo de eficiência industrial — viu sua produtividade aumentar em impressionantes 90% (uma CAGR de 3%).

No Brasil, o cenário é ainda mais preocupante. Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que, em 2013, a produtividade do trabalhador da construção civil brasileira era 80% inferior à de um norte-americano — um número semelhante ao observado em 2003, revelando que, mesmo em anos de crescimento econômico, não houve convergência (FGV, 2013). Essa lacuna de produtividade está intrinsecamente ligada à remuneração. Um estudo da FIESP destacou que os trabalhadores da construção no Brasil recebiam a menor renda bruta anual (US$ 11.300) entre os países analisados. 

Essa disparidade se reflete também no valor agregado: segundo estudo da FIESP, cada trabalhador da construção no Brasil gerou US$ 18,9 mil por ano, enquanto a média da OCDE é de US$ 57,8 mil (FIESP/IBGE/OCDE, 2013). Isso sugere uma correlação direta e um ciclo vicioso: a baixa produtividade limita a capacidade das empresas de pagar salários mais altos, e os salários baixos, por sua vez, dificultam a atração e retenção de profissionais qualificados, o que perpetua a baixa produtividade.

A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) complementa esse diagnóstico, apontando obstáculos persistentes: elevação dos custos com capital humano e insumos, gargalos regulatórios e a necessidade de um ambiente de negócios mais previsível para atrair investimentos de longo prazo (CBIC, 2024).

Diante desse quadro, não surpreende que tecnologias de gestão digital ainda enfrentem resistência cultural profunda. Uma pesquisa feita pela própria Construct IN, junto a construtoras com mais de 100 funcionários, mostrou que 57% da resistência às novas ferramentas vêm da alta gestão — receosa com riscos financeiros — e 39% parte das equipes operacionais, que veem as mudanças como uma ameaça a fluxos de trabalho estabelecidos ou ao próprio emprego.

Em paralelo, apenas 14% das construtoras brasileiras com mais de 100 funcionários já utilizam captura da realidade, contra mais de 50% de adoção nos EUA e Europa (Construct IN, 2024; Liga Ventures, 2024). É neste cenário desafiador que surgem oportunidades para startups capazes de "quebrar o ciclo", como a Construct IN.

A Resposta: Captura da Realidade como Vetor de Transparência e Eficiência

A resposta da Construct IN para a crise de produtividade e a insuficiência de digitalização foi apostar na Captura da Realidade. O nome pode soar técnico, mas, na prática, trata-se de uma mudança de paradigma na forma como as obras são documentadas e gerenciadas.

A partir de fotos e vídeos 360º — processados com inteligência artificial — cria-se um gêmeo digital navegável da obra, acessível de qualquer lugar. Como destacou a jornalista Júlia Provenzi em reportagem para a Revista Amanhã, resumindo a fala de Tales Silva:

“Do investidor ao projetista, do planejador ao executor, todos têm a mesma visão da obra” (Revista Amanhã, edição 350, 2025).

O efeito prático de centralizar as informações por meio do registro visual é a criação de uma fonte única da verdade, que elimina ambiguidades e acelera decisões. Os impactos disso para um setor historicamente fragmentado entre e-mails, relatórios isolados e grupos de WhatsApp já são mensuráveis:

  • Eficiência Operacional – redução de até 80% do tempo de registro em campo e 50% nos custos com viagens e deslocamentos para reuniões presenciais em canteiros (Construct IN, 2024).

  • Mitigação de Riscos – diminuição de até 95% de retrabalho e problemas pós-obra, resultado de comparações contínuas entre o gêmeo digital e o planejamento em BIM (Construct IN, 2024).

  • Decisões Assertivas – uso de IA embarcada para tarefas que vão desde o cálculo de medidas diretamente nas imagens até a detecção de situações de segurança, como trabalhadores sem capacete.

Esses ganhos explicam por que, segundo a própria empresa, 65% dos clientes mudaram a forma de gerir suas obras após a implementação da plataforma. Nas palavras de Gabriela Pierozan, especialista em BIM da Engeform:

“A plataforma colaborou muito para otimizar o tempo das nossas tarefas internas, no acompanhamento da evolução da obra, medições e relatórios” (Construct IN, 2024).

O reconhecimento da Construct IN, validado pelo impacto gerado em seus clientes, insere a startup em um cenário de inovação muito mais amplo, que foi o foco da 350ª edição da Revista AMANHÃ. A publicação não apenas celebra os vencedores do prêmio, mas também mapeia as tendências que estão redefinindo o mercado, mostrando como a tecnologia e a Inteligência Artificial se tornaram o eixo estratégico para soluções transformadoras em diversos setores.

Panorama da Edição Nº 350 da Revista AMANHÃ: A visão da Construct IN

A 350ª edição da Revista AMANHÃ evidencia um cenário dinâmico, onde a tecnologia — em especial a Inteligência Artificial — emerge como eixo estratégico para soluções transformadoras. O prêmio Campeãs da Inovação 2025 coroou a Klabin (PR) como líder geral, seguida pela Whirlpool (SC) e pela Prati-Donaduzzi (PR).

Entre os cases de maior impacto, estão o Smart POS da Positivo Tecnologia, que transformou maquininhas de pagamento em plataformas inteligentes; a toalha rastreável da Döhler, baseada em blockchain; e a plataforma omnichannel da Fruki, que digitalizou toda a jornada de compra de clientes. As categorias especiais também trouxeram soluções emblemáticas:

  • Lar (PR): inspeção de aves com IA e visão computacional.

  • Unisinos (RS): modelo de Sala de Aula Expandida, híbrida e altamente conectada.

  • CREA-RS (RS): pioneirismo na assinatura eletrônica GOV.BR.

  • Sanepar (PR): política de transformação do lodo de esgoto em superprodutos sustentáveis, reconhecida pela ONU.

  • Construct IN (RS): referência entre startups com sua solução de captura de realidade em 360°, capaz de reduzir em até 60% o tempo de registro em obras.

  • Tecnosinos (RS): inovação na captação de recursos especializados, fortalecendo o ecossistema tecnológico do Vale do Sinos.

Esses exemplos revelam um denominador comum: inovação aplicada a problemas concretos, capaz de influenciar setores inteiros.

Tecnologia e IA: A Fronteira da Inovação no Mercado Brasileiro

Somando 39 anos de tradição, a Revista AMANHÃ consolida-se como uma das principais publicações de gestão e negócios do Sul do Brasil. Liderado pelo publisher Jorge Polydoro, o Grupo AMANHÃ segue seu pioneirismo na análise de inovação através do ranking Campeãs da Inovação, que em sua 21ª edição bateu um recorde histórico, com aproximadamente 300 acessos ao questionário de avaliação. A credibilidade técnica da publicação é reforçada por parcerias estratégicas com o IXL-Center de Cambridge (EUA) e pela aplicação da metodologia do Global Innovation Management Institute (GIMI).

A edição posiciona a Inteligência Artificial não apenas como uma tendência, mas como um catalisador fundamental da inovação empresarial no Sul do Brasil. A publicação demonstra maturidade ao abordar tanto as oportunidades quanto os riscos da IA, como evidenciado na análise de Hitendra Patel, CEO do IXL Center, sobre as "quatro maiores ameaças" da tecnologia — desde questões existenciais até cibersegurança.

O diferencial da revista está na contextualização prática da tecnologia através de cases reais. Exemplos como o Smart POS da Positivo Tecnologia, que integra Android em máquinas de pagamento ou a visão computacional da Cooperativa Lar para inspeção de aves  ilustram essa abordagem. Alexandre Chang, diretor do IXL-Center, sintetiza essa visão ao afirmar que "a tecnologia é chave para a inovação, mas deve ser combinada com uma aplicação para captura de valor", mostrando o foco da revista em resultados tangíveis e sustentáveis.

Campeãs da Inovação 2025: A Inteligência Artificial como Ferramenta Estratégica

A 21ª edição da pesquisa Campeãs da Inovação revela que “as empresas do Sul têm utilizado a tecnologia, especialmente a Inteligência Artificial, como ferramenta para oferecer soluções transformadoras”. A popularização da IA, tanto no âmbito profissional quanto pessoal, "tem mostrado mesmo aos mais céticos e conservadores que ela é uma realidade e vem evoluindo exponencialmente, com mais e diferentes aplicações e o valor gerado é inquestionável", segundo Fernando Onosaki, diretor do IXL-Center. Onosaki descreve a progressão da tecnologia de preditiva e generativa para agentes de IA, apontando a Edge AI como a próxima onda, que descentralizará o processamento para os próprios dispositivos.

Contudo, Chang pondera que a "tecnologia é chave para a inovação, mas deve ser combinada com uma aplicação para captura de valor", alertando para os riscos do seu uso indevido. Em linha com essa visão, o estudo aponta um desafio crítico e global: embora as empresas demonstrem alto alinhamento entre suas estratégias de inovação e os objetivos corporativos, ainda "possuem grandes dificuldades em gerar ou mesmo medir os resultados das suas iniciativas".

O Peso dos Resultados e o Cenário de Investimentos

A dimensão "Resultados" é a de maior peso na avaliação das Campeãs da Inovação, pois mede a capacidade de transformar ideias em resultados concretos e mensuráveis. O cenário de investimentos mostra um crescimento positivo, com os orçamentos para inovação aumentando, em média, mais de 15% em 2024. No entanto, a pesquisa também revela o impacto de adversidades regionais: as enchentes no Rio Grande do Sul inibiram aportes na área, resultando em um orçamento 10% menor para as empresas gaúchas em comparação com as de Santa Catarina e Paraná.

É exatamente nesta intersecção – entre o potencial da tecnologia e a necessidade de resultados práticos – que a nossa missão ganha força. A resposta para a crise de produtividade do setor não está apenas na tecnologia em si, mas na sua aplicação inteligente para gerar transparência e eficiência. Acima de tudo, a inovação mais duradoura e impactante é aquela que nasce e se desenvolve dentro de um ecossistema forte e colaborativo.

Future Foresight: Navegando Incertezas Estrategicamente

Na revista, António Alvarenga, Head do GIMI em Portugal, destaca o Future Foresight como ferramenta essencial para inovar em um cenário de alta volatilidade. A disciplina foca em "compreender os sinais do futuro, as transformações em curso e de construir cenários", permitindo a identificação de tendências a partir de "sinais fracos" para tomar melhores decisões hoje.

Diferente da previsão tradicional, o Future Foresight "coloca as incertezas na mesa: um mundo com pandemia, com IA, com os conflitos, com Donald Trump..." , tornando-se uma ferramenta "particularmente útil para tempos de crise". Sua análise é feita "de fora para dentro", com foco no mercado, regulação e concorrência. Alvarenga vê a IA tanto como uma "variável que muda as regras do jogo" quanto um "colega de trabalho" que acelera o processo, embora as decisões-chave permaneçam humanas.

Para o Brasil, Alvarenga enxerga um "campo enorme" para a aplicação do Foresight, citando que grandes empresas como Embraer e Petrobras já possuem profissionais com esse conhecimento. Ele enfatiza também que a inovação não se resume a produtos, mas abrange "processos internos, de gestão", que, por serem mais difíceis de copiar, geram vantagens competitivas duradouras.

Analfabetismo Funcional e Competitividade Industrial no Brasil

A análise da Revista AMANHÃ sobre o gap educacional brasileiro deveria ser lida pelo setor produtivo como um alerta estratégico: inovação tecnológica só gera competitividade quando as pessoas conseguem utilizá-la de forma plena. Segundo a matéria, 29% dos brasileiros ainda se encontram em condição de analfabetismo funcional — incluindo 17% de quem concluiu o ensino médio e até 12% de universitários. Esse quadro afeta diretamente a indústria: menos produtividade, mais erros, baixa autonomia na resolução de problemas e dificuldade de adaptação a processos inovadores.

Embora o ensino técnico seja apontado como um “antídoto”, em nosso ponto de vista, a solução não deve se restringir ao sistema educacional formal. A transformação digital em setores tradicionais, como a construção civil, exige corresponsabilidade: políticas públicas, empresas e profissionais precisam agir de forma integrada.

Para as empresas, assumir o protagonismo significa estruturar programas contínuos de capacitação interna, conectados às tecnologias já implementadas no dia a dia dos canteiros de obra e do chão de fábrica. Essa prática vai além de preencher lacunas deixadas pelo sistema educacional: é uma estratégia de negócio. Afinal, a inovação só se converte em resultados quando o trabalhador tem fluência digital, confiança no uso das ferramentas e entendimento crítico das aplicações.

Por outro lado, os profissionais também precisam se engajar em sua própria jornada de aprendizado. Autodesenvolvimento, participação em cursos livres, atualização em ferramentas digitais e busca por certificações aumentam a empregabilidade e reduzem a dependência exclusiva de treinamentos corporativos.

Em síntese: a tecnologia é potência, mas a qualificação é motor. Só quando empresas e profissionais compartilham essa responsabilidade a inovação deixa de ser promessa e passa a gerar produtividade real, qualidade de execução e vantagem competitiva sustentável para o Brasil.

Ecossistema de Inovação: Da Educação ao Mercado de Trabalho

A 21ª edição do ranking Campeãs da Inovação, da Revista Amanhã, trouxe um reconhecimento que vai além da nossa própria conquista: ela validou a força do ecossistema que nos formou. A premiação simultânea da Construct IN, do Tecnosinos (1º lugar em Parques Tecnológicos) e da Unisinos (1º lugar em Ensino & Pesquisa) não é uma coincidência. É a prova de que a inovação de ponta floresce na colaboração.

Nossa vitória é o resultado direto de termos nascido e crescido nesse ambiente de alta performance. Como lembra nosso CEO, Tales Silva, foi no Tecnosinos, nossa primeira casa e incubadora, que a Construct IN deu seus "primeiros passos" e encontrou o "apoio para provar que a nossa visão fazia sentido". Essa vitória tripla demonstra, na prática, o sucesso do modelo "hélice tríplice", onde a sinergia entre academia, setor privado e governo transforma ideias em negócios de impacto.

Tecnosinos: Onde a Inovação Encontra o Mercado

Premiado como líder na estreia da categoria Parques Tecnológicos, o Tecnosinos é um ecossistema vibrante que personifica o poder da conexão. Gerido pela Unisinos em um modelo de governança de hélice tríplice, o parque é um catalisador para o desenvolvimento de empresas de tecnologia.

Em entrevista à Revista Amanhã, o gestor executivo do Tecnosinos, Sílvio Bitencourt da Silva, destacou essa vocação: "É comprovado, não só no Brasil, mas em todo o mundo, que arranjos como os parques científicos e tecnológicos fazem a diferença no desenvolvimento das regiões, porque eles conseguem estímulo ao empreendedorismo e à inovação".

Números que impressionam:

  • 140 empresas instaladas, de startups a gigantes globais como a SAP.

  • 8 mil trabalhadores gerando conhecimento e riqueza.

  • Governança compartilhada entre empresas, academia (Unisinos) e poder público.

  • Reconhecimento internacional pela União Europeia como hub de inovação digital.

Um dos diferenciais do Tecnosinos, destacado na reportagem, é seu serviço especializado de captação de recursos. Ao invés de apenas divulgar editais, uma equipe dedicada oferece suporte estratégico completo, transformando oportunidades de fomento em realidade. "Essas bolsas para desenvolvimento de projetos fizeram com que as empresas pudessem aumentar o número de profissionais atuando em áreas específicas e essenciais", explicou Lariani Brito Schwarzbach, responsável pela iniciativa.

Unisinos: A Vanguarda na Formação de Talentos para o Futuro

Um ecossistema de ponta precisa de talentos à altura. É aqui que a Unisinos, vencedora da categoria Ensino & Pesquisa, desempenha seu papel vital. O projeto premiado, "Sala de Aula Expandida", rompe as barreiras tradicionais da educação, integrando ambientes virtuais, comunidades e o próprio Tecnosinos em uma experiência de aprendizado contínua. "O conhecimento não se confina às quatro paredes de uma sala de aula", afirmou Micael Behs, gerente de graduação, à revista.

O modelo híbrido da universidade equilibra encontros presenciais com o melhor da tecnologia, mantém parcerias com mais de 170 instituições globais e já mostra resultados expressivos: a taxa de evasão reduziu 45% nos últimos dez anos.

A sinergia é evidente nos números: 60% dos profissionais que atuam no Tecnosinos são egressos da Unisinos. Este ciclo virtuoso garante que a formação acadêmica de excelência alimente diretamente a demanda do mercado por talentos preparados para os desafios da nova economia.

Hélice Tríplice: Um Modelo de Sucesso para o Brasil

A tríade de conquistas da Construct IN, Tecnosinos e Unisinos valida uma tese poderosa: a inovação avançada, capaz de resolver grandes desafios, floresce com mais força quando nutrida por um ecossistema integrado. Como a reportagem da Revista Amanhã tão bem capturou em um comentário de Júlia Provenzi, a verdadeira lição deste caso é que a inovação nasce da conexão:

"A alavanca mais poderosa para transformar ideias em realidade muitas vezes não é uma plataforma tecnológica, mas a combinação certa de visão estratégica, expertise multidisciplinar e a compreensão de que inovar é, antes de tudo, conectar capacidades".

O sucesso deste modelo, que une academia, incubadora e startup, valida uma poderosa fórmula para gerar inovação. Isso nos leva a uma pergunta inevitável: o que acontece depois que essa inovação sobrevive ao seu estágio experimental? O que assegura que ela ganhe tração, alcance a escala necessária e se converta em um progresso real para a indústria, em vez de se tornar apenas uma promessa?

Depois da Incubadora: a Quem Cabe Liderar a Inovação na Construção Civil?

Quando a inércia domina um mercado, o progresso se move a passos lentos. Na construção civil, essa estagnação se traduz em uma crônica crise de produtividade. Se ecossistemas de inovação já produzem soluções viáveis e, ainda assim, o abismo entre o que se constrói e o que se poderia construir aumenta, a reflexão que fica é: de quem é a responsabilidade por mudar esse cenário?

A resposta aponta para uma verdade fundamental: a inovação, em sua essência, não é apenas tecnológica, mas sim uma decisão estratégica. Após o impulso inicial dos ambientes de pesquisa e desenvolvimento, o verdadeiro motor da mudança está nas mesas de decisão das grandes empresas do setor.

O desafio para que a inovação alcance a escala e o impacto prometidos é duplo. De um lado, envolve romper com a principal barreira ao avanço: a resistência à mudança dentro das próprias empresas. A percepção de que inovar é sinônimo de alto custo, complexidade e risco é um legado ultrapassado, invalidado pelos modernos modelos de negócio que transformam investimentos paralisantes (CAPEX) em despesas operacionais flexíveis e mensuráveis (OPEX).

Por outro lado, superar a resistência é apenas metade da jornada. O segundo desafio está no engajamento real com a mudança, que exige uma implementação criteriosa. Para um líder da construção, a questão não é mais se a tecnologia pode economizar tempo e dinheiro, mas sim: como implementar inovações tecnológicas com mais eficiência na empresa?

A escolha errada pode ser tão prejudicial quanto a decisão de não fazer nada, desperdiçando recursos e aprofundando a desconfiança. A verdadeira transformação não está em adotar qualquer ferramenta, mas em dominar aquela que resolve o problema central do negócio e se integra de forma inteligente aos processos já existentes.

O papel do Grupo Amanhã ultrapassa a fronteira do Sul do Brasil

Mais do que um prêmio, o Campeãs da Inovação, promovido pelo Grupo AMANHÃ, tornou-se um laboratório de futuro para o ecossistema empresarial. Ao conceder um palco estratégico às companhias que redefinem seus setores, a iniciativa desempenha um papel fundamental na aceleração da inovação e na difusão de boas práticas, fomentando debates com impacto em todo o Brasil.

A força do ranking está em sua metodologia, que aplica o Innovation Management Index para garantir rigor e comparabilidade internacional. São avaliadas seis dimensões críticas da gestão da inovação — Estratégia, Recursos, Processos, Organização, Cultura e Resultados —, sendo a última determinante para separar iniciativas conceituais daquelas que se traduzem em valor concreto.

Essa curadoria de excelência é o cenário perfeito para o debate sobre o futuro da construção civil. Na edição especial da Revista AMANHÃ, você encontrará não apenas os cases que posicionam o Sul no radar da inovação, mas também a matéria especial sobre a Construct IN, com insights exclusivos do nosso CEO, Tales Silva, detalhando como a visão da empresa está ajudando a reescrever os padrões de produtividade do setor.

Mergulhe nas discussões que estão moldando o futuro dos negócios no Brasil.

→ Clique para acessar a edição completa da Revista AMANHA e ler a matéria exclusiva.

Sobre el autor

Matheus Pandolfo

Jefe de Marketing

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